A cada convocação para data-Fifa a história se repete: técnicos reclamando por seus clubes terem de ceder jogadores. Desta vez, as seleções tiraram 17 atletas de sete clubes da Série A do Brasileiro por três rodadas. Uma já foi. Com exceção do São Paulo, que joga nesta quinta-feira, todos os outros perderam pontos: Atlético-MG, Flamengo, Palmeiras, Internacional, Grêmio e Red Bull Bragantino.

Com desfalques, Rubro-Negro deixou pontos pelo caminho em Bragança Paulista – Alexandre Vidal/Flamengo

Após o empate em 1 a 1 na quarta-feira (6) com o Massa Bruta, no interior paulista, o técnico Renato Gaúcho usou suas frases de efeito ao dizer que “o Flamengo também disputa as Eliminatórias Sul-Americanas” para mostrar sua insatisfação com o calendário.

Na eterna discussão sobre os prejuízos aos clubes, o Rubro-Negro, com a cessão de quatro nomes (Gabigol, Everton Ribeiro, Arrascaeta e Isla), reclamou principamente porque a CBF afirmou que adiaria os jogos. A entidade não o fez, porque a temporada encerraria somente em 29 de dezembro. O clube carioca parece pagar o preço por sua posição unilateral quando se trata de resolver problemas de cunho coletivo.

O impedimento para a extensão do campeonato ocorre por conta de um acordo trabalhista com a Federação dos Atletas Profissionais em 2020, assegurando que as férias, desfrutadas em abril do ano passado, pudessem ser usufruídas novamente a partir de 16 de dezembro de 2021. Segundo a CBF, em caso de descumprimento, a Fenapaf paralisa a competição – o Brasileiro está previsto para encerrar em 9 de dezembro, e a Copa do Brasil, seis dias depois.

O que ocorre se os clubes ‘peitarem’ a CBF?

A liberação de jogadores em datas-Fifa é estipulada por regulamento da Fifa. Logo, atletas que não defendam suas seleções estão proibidos de jogar no período pelos clubes. Segundo o estatuto da CBF, o descumprimento às normas da Fifa acarretam em punição, inclusive com suspensão dos clubes. O embate jurídico somente poderá ocorrer se tratando de jogadores da Seleção sub-17 por não ensejar em data-Fifa.

Por mais que a CBF tenha o direito exclusivo de organizar o calendário anual de competições, conforme disposto no artigo 12, inciso V, de seu estatuto, a entidade é obrigada a respeitar o calendário da Fifa, porém está liberada para marcar jogos nestas datas.

Em que pese uma comissão de clubes formada na CBF, o objetivo é de mera “cooperação”, “fornecendo sugestões” para a manutenção da integridade e modernização dos campeonatos, sem que haja qualquer poder de decisão, inclusive sobre o calendário apertado de jogos.

Não há tempo para solucionar o entrave em 2021, mas clubes e CBF, juntos, têm por obrigação encontrar uma resposta para a próxima temporada.

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