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Reinaldo: ‘A final da Libertadores? Flamengo 2 a 0 no Palmeiras’

Em 1999, o Flamengo completava 18 anos sem vencer uma competição internacional.  Mas estava decidindo a Copa Mercosul. Reinaldo, atacante revelado na Gávea, fez um gol na primeira partida da decisão (vitória por 4 a 3). Na volta deu, de calcanhar, o passe para o gol do título, marcado por outra cria da base, Lê, fazendo do Rubro-Negro o campeão sobre um Palmeiras que, tal como hoje, era o atual campeão da Libertadores.

Atualmente, Reinaldo é treinador do sub-20 do Perilima, de Campina Grande. Chegou ao clube há dois meses. Ele conversou com o Jogada10 e se mostrou otimista em relação a uma nova conquista do Mais Querido, mesmo sendo fã das alternativas táticas do treinador alviverde, o português Abel Ferreira. A seu ver, o jogo será duro, mas o time carioca vence: “Acho que vai terminar 2 a 0”.

Reinaldo defendeu o Flamengo de 1999 a 2003 – Reprodução TV

Jogada10 – Como você vê esse Flamengo x Palmeiras de sábado? Quem está em melhor momento, na sua opinião?
REINALDO – “Não só eu, mas todos que gostam e amam o futebol estão ansiosos para assistir a esse jogão.  Estou ansioso para ver a organização tática das equipes. O Flamengo a gente já sabe que, culturalmente, sempre propõe o jogo, vai para cima, tem triangulações envolventes procurando a movimentação do Gabigol e do Bruno Henrique. Porém,  vejo o Palmeiras como um time mais tático, que joga mais fechado, um jogo  vertical que conta com uma bola parada ofensiva forte. Contudo, enxergo o Flamengo em um momento melhor. Não quero dizer que será campeão, mas voltou a ser aquele time que todo mundo espera. Jogou bem as últimas quatro partidas, perde a bola e pressiona lá na frente e, se faz um gol, tenta logo marcar o segundo, o terceiro, o quarto.  . Todavia, o Palmeiras é grande e merece ser respeitado. É o atual campeão da Libertadores. Mas o leve favoritismo é do Flamengo. Tem mais jogadores decisivos no ataque”.

Reinaldo hoje é treinador do Sub-20 do Perilima – Divulgação Perilima

J10 – Na Mercosul de1999, o Palmeiras também era o atual campeão da Libertadores e você, pelo Flamengo, ganhou de um time tecnicamente mais forte. As situações se inverteram?
REINALDO – “Eles eram muito melhores. No papel, um timaço, com Arce, Alex, Marcos, Junior Baiano, Zinho, Asprilla, Paulo Nunes. Mas a gente tinha cinco ou seis pratas da casa na equipe titular e, para mim, ter vencido o primeiro título internacional do clube desde a Libertadores de 1981 é um dos momentos mais marcantes da minha carreira. Ainda mais que foi no campo deles, com casa cheia. Marcou a nossa geração: eu, Juan, Lê, Júlio César, Athirson, que ainda contávamos com jogadores experientes como Clemer, Leandro Ávila, Caio Ribeiro e Beto. Hoje, no entanto, vejo um cenário diferente. O Flamengo possui um time melhor e tão acostumado quanto o Palmeiras a decidir. Com certeza, será um grande jogo.”

J10 – Naquela época eram duas partidas, agora é jogo único e em campo neutro. Já que você se tornou treinador, se estivesse na pele do Renato Gaúcho, o que diria para o grupo na preleção?
REINALDO – “Quem sou eu para dar conselhos ao Renato, mas é chegar e falar “vocês estão onde queriam estar, o mundo vai parar para ver vocês e a gente está vestindo a camisa do Flamengo, ou seja, que ser humano não gostaria de estar no lugar de vocês? Como estão bem tática, física e emocionalmente, entrem em campo e façam o que sabem fazer. Divirtam-se e tragam esse caneco de novo para os 45 milhões de torcedores que formam a ‘nação rubro-negra’”. Eu falaria algo assim, daria uma preleção curta e objetiva, deixando os atletas livres e soltos para decidir. Mas, por ser uma final de Libertadores, tenho certeza que os jogadores já estão 200% motivados.”

J10 – Você arriscaria nomes que podem ser decisivos dos dois lados?
REINALDO “Sou muito fã do Abel Ferreira. Taticamente, agrega muito ao futebol brasileiro pela ideia de jogo que passa. Independentemente de ser um futebol reativo ou proativo, fica bem nítida a forma como ele pede para os atletas executarem o que ele pensou. Do lado do Palmeiras, Veiga e Scarpa podem fazer a diferença. Pela bola parada ou pelo chute de longa distância. E o Rony é perigoso, um atacante difícil de marcar. Contudo, tenho certeza que o Renato vai armar seu time para neutralizar a ação destes três.”

J10 –  E do lado do Flamengo?
REINALDO – “O negócio é saber quais as reais condições do Arrascaeta para essa final. Isso, sim, vai ser uma decisão difícil para o Renato, porque o uruguaio está parado há tempos e contra o Internacional se mostrou visivelmente sem ritmo. Ao menos o Michael está voando. Vai ser uma decisão da comissão técnica junto ao departamento médico. Na minha opinião, Arrascaeta bem é titular em qualquer time do mundo. E mesmo que o Michael entre no segundo tempo, isso pode ser um fator diferencial para o Flamengo, porque trata-se de um jogador que pode mudar uma situação difícil de jogo. Ainda tem o Bruno Henrique e o Gabigol, a dupla de ataque mais decisiva do futebol brasileiro nos últimos anos. Se os dois estiverem em um dia bom, pelo entrosamento que têm, podem desequilibrar. Sem falar que o sistema defensivo ganhou mais consistência com a chegada do David Luiz, um jogador diferenciado. A realidade é que o Flamengo hoje é uma autêntica seleção.”

J10 – Chutaria um placar para o jogo?
REINALDO – “Acho que será um jogo equilibrado, mas vou de 2 a 0 para o Flamengo.”

Relembre Reinaldo
Reinaldo (Reinaldo da Cruz Oliveira) foi prata da casa do Flamengo. Depois, foi para o São Paulo (2003/05) e em seguida para o Paris Saint-Germain, onde ficou uma temporada. Aí passou por várias equipes do Brasil e do exterior, com destaque para Santos, Botafogo, e Al Ittihad-ARA. Encerrou a carreira em 2o19 no Brasiliense. Em 2020 começou como treinador no Inter de Lages-SC. A Mercosul-99 foi seu maior título.

 

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Carlos Alberto

Repórter, setorista da Seleção Brasileira, colunista e editor do Jornal dos Sports entre 1998 e 2000. Editor, colunista e editor executivo do LANCE! de 2000 a 2020, Editor-chefe do Jogada 10 desde 2020. É formado pela Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha-RJ) e participou de coberturas de 6 Copas do Mundo (4 como enviado, 1 como chefe de reportagem 1 como editor-chefe), 2 Copas Américas, 1 Eurocopa, 2 Mundias de Clubes, 1 Olimpíada e 6 Champions League.

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