Relator da lei que criou o atual modelo da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), o senador Carlos Portinho enxerga com naturalidade a cobrança do goleiro Fábio ao Ronaldo, sócio majoritário da SAF do Cruzeiro. Na última semana, o ídolo celeste notificou o ex-jogador e empresário de forma extrajudicial, cobrando uma dívida trabalhista de cerca de R$ 20 milhões.
“É uma questão processual natural. Não há nenhuma novidade. Não penso que a Justiça vá interpretar mal. Acho natural a discussão, toda lei nova gera debate. Os credores, obviamente, já gatos escaldados, criaram esse terreno de desconfiança”, afirmou Portinho à Rádio Itatiaia, antes de reforçar sobre as dívidas contraídas antes da mudança para clube-empresa:
“Essa responsabilidade subsidiária só ocorre 10 anos depois. Este é o prazo para o clube pagar, alimentado pelas receitas da SAF, as suas dívidas”.
Na notificação, Fábio, hoje no Fluminense, argumenta que Ronaldo teria usado o valor da dívida para pagar a Fifa uma pendência que penalizava o clube mineiro, proibindo a inscrição de novos atletas, quando deveria ter honrado o compromisso com credores. Segundo o jogador e seus representantes, “Ronaldo cometeu fraude à execução e prejuízo a credores que deveriam receber antes da entidade”.
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