Vasco

Retorno para a ‘zona da confusão’ expõe fragilidade do trabalho de Luxa no Vasco

O Vasco precisou apenas de uma partida sob o comando de Vanderlei Luxemburgo para sair da zona de rebaixamento – no empate sem gols com o Atlético-GO, em 7 de janeiro, pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. Sete jogos depois daquele disputado em Goiânia, o Cruz-Maltino se vê novamente no Z4. Graças ao empate entre Bahia e Goiás por 3 a 3, resultado fez o time nordestino atingir os mesmos 37 pontos dos cariocas, mas com vantagem na quantidade de vitórias: 10 a 9.

Cruz-maltinos seguem convivendo com maus resultados no Brasileiro e a cada rodada a situação fica mais complicada- Rafael-Ribeiro/Vasco

Estar de volta à “zona da confusão” e a apenas quatro jogos do fim da competição corrobora para a avaliação de que o trabalho de Luxa até o momento é pior do que o mediano apresentado na temporada de 2019. Não à toa, o Vasco segue ameaçado na luta para escapar do rebaixamento.

Quando o treinador refere-se à derrota para o Flamengo, na última quinta-feira (4), como um jogo em que “se descarta o resultado” numa espécie de blindagem ao elenco, assume o risco de que, mais do que nunca, os erros precisarão ser minimizados nas últimas quatro rodadas, já que as chances de permanência diminuem a cada tropeço.

Uma das características de Luxa nesta sua segunda passagem pela Colina é mudar estratégias no intervalo dos jogos. Com exceção ao jogo contra o Flamengo, não se viu evolução. Algo, porém, segue inalterado: o time entra em campo buscando segurar o maior tempo possível o 0 a 0, desperdiçando, assim, a possibilidade de construir vantagem no placar. Com a necessidade de somar duas vitórias e um empate para chegar aos 44 pontos, a situação começa a ganhar contornos dramáticos.

Ao apostar em uma mecanismo de esperar o Flamengo no seu campo de defesa, a equipe de Luxemburgo desperdiçou 45 minutos e acabou castigada com o gol no fim do primeiro tempo. Os números comprovam. Nenhuma finalização contra dez do adversário, que teve posse de bola superior a 70%. Ainda na etapa inicial, 14 cruzamentos contra apenas dois dos cruz-maltinos, que passavam a sensação de estarem em campo com um a menos.

O time apresenta carências técnicas, com falta de poder de criação e centralização da saída de bola em apenas um homem: Benítez, facilitando a marcação adversária; táticas, por não apresentar jogadas ensaiadas; físicas, pelo cansaço repetitivo sempre no decorrer do segundo tempo dos jogos; e psicológico, por não conseguir reagir sempre que sofre o primeiro gol – o Vasco ainda não virou um placar neste Brasileirão.

Luxa ao lado de sua comissão técnica. Aproveitamento despencou nos últimos três jogos  – Rafael Ribeiro / Vasco

Aproveitamento contra rivais diretos assusta

A volta do “Pofexô” ainda não resultou em progressos significativos, exceto nos 3 a 2 sobre o Atlético-MG, há duas semanas. Em 24 pontos disputados em 2021, somou nove: 37,5% de aproveitamento. O desempenho é ainda pior nas últimas três partidas: dos nove pontos, conquistou apenas dois: 22%. Dos considerados grandes, a campanha é superior apenas a São Paulo e Botafogo. Este, último, já rebaixado para a Segunda Divisão.

Nos duelos contra concorrentes diretos na luta contra a queda, o aproveitamento é preocupante: 44%. Venceu o Botafogo por 3 a 0, mas acabou derrotado pelo Coritiba por 1 a 0 e empatou sem gols com o Bahia. Em dois destes três jogos que fez em São Januário, o time atuou com um jogador a menos, justamente quando deixou de somar pontos. Contra o Coxa, Henrique foi expulso após deixar o braço inexplicavelmente no rosto de Sarrafiore, aos 29 minutos do primeiro tempo. O time, que já não jogava bem, piorou após ser vazado: não conseguiu infiltrações e as finalizações foram escassas. Diante do Tricolor baiano, a expulsão de Castan ocorreu aos 34 minutos da etapa final, em um lance ocasional, mas em que houve imprudência do zagueiro, ao acertar uma solada no rosto do goleiro Douglas.

Com o retorno de Luxemburgo, alguns jogadores ganharam espaço. Henrique se reafirmou na lateral esquerda, Marcelo Alves conquistou a posição na zaga, e Bruno Gomes se tornou indispensável na proteção à área. Yago Pikachu voltou à titularidade, mas já demonstra inconstância em suas atuações. Enquanto isso, Fernando Miguel, Leandro Castan e Germán Cano seguem como os pilares de uma equipe que ainda precisa evoluir caso queira atingir o objetivo de permanecer na Série A.

Felipe David

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