Jogadores do Flamengo celebram o gol de Evertton (no centro) – Foto: Divulgação / Flamengo

Athlético Paranaense, com CT de Tite, em Curitiba? Trágico, é claro. Um a um. O Flamengo não teve Tite. Sempre vestido como padrinho, o cidadão, hoje, foi testemunhar uma cerimônia de casamento, deixando apenas, como legado, a imensa legião de assessores, representada pelo filhote. O estilo de técnico, no entanto, prevaleceu. Como aconteceu no 0 a 0 com o Palmeiras. Parece mais conveniente somar um ponto. Francamente, dava até para ganhar.

A bola rolou, e o primeiro problema do Flamengo foi o de domar a extrema hostilidade – eventualmente inexplicável, da torcida, que só lota o estádio quando o clube carioca é o adversário. Maior público – perto de 39 mil – do ano… Não há, daqui, preconceito, pois a família do pai deste que vos escreve é toda de Curitiba.

No campo, a preocupação do Athlético é satisfazer a platéia, ávida por sangue, o que atrapalha o time local, que se jogar normalmente pode até ganhar a partida. Dada a situação, há equilíbrio e raras oportunidades, embora a técnica seja, tais as circunstâncias, limitada. Como antídoto, o Flamengo joga em ritmo lento, procurando matar o tempo. Na realidade, a equipe do Rio, desfalcada pela maldita Copa América, e pressionada pela ira paranaense, fez um bom negócio em segurar o 0 a 0 até o intervalo, mas, como ocorre habitualmente, troca passes em excesso na última linha, e acaba – quase sempre – sem concluir.

Na prática, com os conceitos de Tite presentes, e caso a torcida resolva permitir, evitando perturbar seus próprios jogadores, o Athlético poderá vencer. O recomeço da partida dirá.

Flamengo no segundo tempo

Dada novamente a saída, nota-se que os locais trocaram um apoiador, Felipinho, por um atacante, Cuello, e o Flamengo – eis o espírito do técnico ausente – substitui Bruno Henrique, que teve problemas físicos, por Vitor Hugo, um reserva sem expressão, que nada acrescenta em sentido algum, prejudicando o que resta de composição tática, e já entra perdido, tanto que levou amarelo aos três minutos.

E o cenário do jogo tem ligeira mudança, curiosamente em ritmo mais moderado – os atletas pensam duas vezes antes de trocar passes. Embora tenso. Aos 25, Gabriel, que acabara de entrar, fez gol, anulado por impedimento. Confuso. O VAR dificilmente favorece – sim, o monstro favorece e prejudica – o Flamengo.

Passando da meia hora, várias substituições, e surgem mais chances, lá e cá. E eis que o time carioca desiste, como sugeriu a chegada de Evertton Araújo. Jogar para trás, como pequeno, É de lascar. Pois aos 43 minutos, Julimar chuta no braço direito de David Luiz. Pênalti do VAR. Fernandinho bateu e fez. No último lance, Évertton Araújo, que entrou para defender, marcou de cabeça. E a ira local seguiu à flor da pele. Mas o Flamengo só voltará a ganhar quando essa CT der no pé. O dia chegará.

Siga o Jogada10 nas redes sociais: TwitterInstagram e Facebook.

Comentários