Aos 61 anos, 21 como técnico, trabalhando em 20 clubes diferentes, de nove estados, e de muitos títulos regionais, nacionais e internacionais, Dorival Júnior, a CBF o descobriu

O curioso é que apesar das muitas trapalhadas da entidade, da perda acentuada de prestígio do nosso futebol em todo o mundo, da ligação cada vez menor do torcedor com a seleção, dos resultados pífios obtidos nas Eliminatórias, e do período fugaz do dinizismo, ainda há quem aceite dirigir a equipe nacional.

Dorival Junior e o seu novo desafio – Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Dorival e sua carreira

A vida profissional de Dorival vem sendo, sem dúvida, emocionante. O sujeito ganha a Copa do Brasil e a Libertadores, e é sofre uma demissão por amadores que mandam no Flamengo.  Seu substituto foi Vitor Pereira. O que é Vitor Pereira?

Pouco depois, conquista o bi da Copa do Brasil, e larga o São Paulo, no qual, pelo que parece, ganhara estabilidade e respeito, para se deixar seduzir pelo charme de Ednaldo Rodrigues, agora para treinar a seleção.

“Trata-se apenas de um profissional correto e prático, que prega o feijão com arroz que aprendeu como jogador, sem sair em busca do improvável. Ele não tem o objetivo de inventar a bola, mas de fazê-la correr o suficiente para evitar vexames e tragédias”, foi o que escrevemos aqui, em meados de 2022, quando ele assumiu o Flamengo, para salvá-lo da passagem lunática do lusitano Paulo Souza pelo Rubro-Negro.

Pois é. Alguém dirá que o sonho de todo técnico é chegar lá. Talvez seja. Na teoria, e quem sabe na prática, ainda há como salvar a seleção. Daí ser possível compreender a sua atitude. Mas o problema aí não é Dorival. Ele continuará a fazer o seu trabalho, eventualmente simples e eficiente, e obter a vaga no próximo Mundial, o que também, no formato atual das eliminatórias, não é nenhum bicho de sete cabeças.

O efeito Edinaldo

O problema é que Edinaldo – que voltou à CBF por uma liminar – não tem a sua permanência garantida na entidade, e pior, pode, quem sabe, após um devaneio tresloucado, trocá-lo por Carlo Ancelotti, ou, sem sonho algum, por… Vitor Pereira. E o começo de seu trabalho na seleção, como Diniz, vai para o espaço.

Não dúvida que Dorival, como dito, é bom treinador. A tragédia é o que passa pela cabeça de Ednaldo e os assessores.

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