Flamengo vence sem convencer em Brasília. Foto: Celso da Luz/ Criciuma

O Flamengo ganhou. A necessidade de vencer – por todas as circunstâncias – criou um clima extraordinário de pressão para tal. Mas – como previsto por aqui – o Rubro-Negro deu sequência ao rosário de fracassos que o acompanhará até a demissão de Tite e sua numerosa CT. E agora não há mais desculpas, pois a maldita Copa América acabou, e os uruguaios, que não foram bem no torneio, estão de volta. Trata-se de um clube gigante, com orçamento equivalente, e uma equipe sem soluções, que esbarra em qualquer retranca e ainda sofre quando atacado. É de se imaginar o que vem pela frente. Mas há sempre o fio de esperança. O Flamengo pode livrar-se de Tite e os acompanhantes antes das partidas decisivas da Copa do Brasil e da Libertadores.

Como dito dezenas de vezes, o torcedor tem apenas um aborrecimento momentâneo, mas a diretoria, que teima em manter a tal CT, perderá as eleições de dezembro, pois são efetivamente os resultados do futebol que decidirão o pleito. Com Tite, o Flamengo encerrará a temporada sem conquistar mais nenhum título. Que fique bem claro: não se trata de um treinador sem conhecimento do assunto, mas de cidadão que não tem nenhuma identificação com o clube – o que se estende à CT – e que reúne conceitos e estratégias que estão muito distante da realidade rubro-negra. Mas ainda há tempo – pelo menos 15 dias – para salvar a pátria. A idéia que se tem, no entanto, é a de que os cartolas – com sua sabedoria infinita – só trocarão tudo depois que o clube não tiver mais nenhuma chance de reagir.

Tite e o marasmo do primeiro tempo

O Criciúma começou – como notou em partidas anteriores do Flamengo – tentando abrir o placar, para ter vantagem imediata, mas não teve capacidade para tal, e preferiu ser mais cauteloso, evitando oferecer espaços para o time carioca criar oportunidades. Daí em diante foi o que ocorre com freqüência, ou seja, o Rubro-Negro com a posse da bola, amargando a marcação do adversário, e o tempo escorrendo sem alterações, no jogo e no placar.

Tite, hoje vestido do representante comercial, observava o marasmo, enquanto a equipe catarinense aguardava erros da retaguarda contrária para – quem sabe – surpreendê-lo, o que aconteceu pela primeira vez aos 36 minutos, quando Trauco levantou na área, Alano cabeceou e Rodrigo, que é zagueiro, teve liberdade para chutar duas vezes e fazer 1 a 0. O Flamengo, que ainda jogava com atmosfera a favor – a possibilidade de marcar um gol e até ganhar forçado – entrou em desespero, e não conseguiu apresentar mais um mínimo de organização.

Não ocorreram mudanças no intervalo. Ou seja, a previsão era a de que tudo continuaria igual. Aos oito minutos, Léo Pereira e Viña substituíram David Luiz e Ayrton Lucas. Seis por meia dúzia. Aos 15, Arrascaeta buscou a jogada individual e foi derrubado por Rodrigo. Pedro cobrou o pênalti para a defesa de Gustavo, tornando o que já estava ruim pior ainda, se é que isso era possível. Aos 24, saiu Pulgar e entrou Luiz Araújo. As alterações, como sempre, não obedecem a algum critério, mas a intuições e fé na sorte…

Flamengo e a fé na sorte

Aos 30, Arrascaeta rolou para Pedro empatar: 1 a 1. O Criciúma havia cometido um erro estratégico: assumiu integralmente a retranca. Continuasse buscando eventualmente o jogo ofensivo e poderia até ganhar. Aos 31, Gabriel, enfim, foi o ao campo, pois Gérson não suportava mais. Os comentaristas disseram que as modificações deram “outra cara ao time”. Mentira. Não houve nada disso. O Flamengo passou a brigar – com ele mesmo – para desempatar. Aos 40, torcedores jogaram bola na área, e Barreto chutou esta aí na direção de outra, que estava nos pés de Éverton Cebolinha. Pênalti… Quase inédito, embora correto. Gabriel bateu e fez 2 a 1. E lá se foram cartões para todos os lados.

E o torcedor, sem muita noção de futebol, comemorou, sem idéia do que vem pela frente, caso Tite e a sua CT continue. Mas quem perde mesmo é a diretoria, que não conseguirá a reeleição.

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