Um dos poucos técnicos negros em atividade nas duas principais divisões do futebol brasileiro, Roger Machado, do Grêmio, criticou o presidente Jair Bolsonaro ao falar sobre racismo. Em entrevista ao jornal “Folha de São Paulo”, o treinador falou sobre o aumento dos casos de racismo nos estádios do país.

Roger Machado criticou o presidente Jair Bolsonaro – Lucas Uebel / Grêmio FBPA

“Aumentam da mesma forma que os atos discriminatórios na sociedade. (…) Os que acreditam estar perdendo parte de seus privilégios nessa rede que o racismo construiu durante 500 anos reagem de forma mais agressiva. É um processo relacionado com uma cultura de ódio que vivemos com muito mais força nos últimos quatro anos no Brasil. Mas não é uma situação regional, é global”, afirmou Roger, que, ao ser perguntado sobre a responsabilidade do Presidente Jair Bolsonaro, completou:

“Os indivíduos (racistas) que estavam escondidos (porque a sociedade os reprimia) se sentem autorizados a se manifestar segundo as posturas e pontos de vista do líder da nação, são convergentes. Temos que resistir, porque sua intenção é que retrocedamos, e isso não podemos permitir”.

Roger Machado também falou sobre a ausência de mais técnicos negros nas principais divisões do futebol brasileiro:

“O futebol revela o que somos como sociedade. A representatividade da população negra em outras áreas é muito parecida com a do futebol. Quando negros e brancos decidem ascender na pirâmide social, os filtros começam a aparecer. São os filtros da ideologia que criou o racismo e que atribui ao negro uma condição de menor inteligência, menor capacidade de liderança e gestão, justamente as competências de um treinador de futebol”, finalizou o técnico.

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