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A Sociedade Anônima do Vasco divulgou, nesta semana, o seu primeiro balanço financeiro. Com a redução da dívida em cerca de R$ 100 milhões, agora o levantamento indica débitos na ordem de R$ 594 milhões, herança da fase associativa do clube. Além disso, há um detalhamento de como foi utilizado o primeiro aporte da 777 Partners. A prioridade da nova gestão nos seus nove meses de gestão é sanear as contas e promover a organização estrutural, em paralelo com os investimentos no futebol.

Vale destacar que o relatório leva em consideração o período entre o início de agosto de 2022 e dezembro do mesmo ano. Neste mesmo intervalo, o clube informa que há uma disparidade financeira. Isso porque, a SAF teve mais despesas do que lucros.

Inclusive, o documento destacou que o Cruz-Maltino permanecerá em desequilíbrio, provavelmente, até 2025. De acordo com o planejamento, a 777 Partners deve investir mais R$ 120 milhões em setembro deste ano, além de R$ 390 milhões até o final de 2024. A partir de então, enfim, a expectativa é fechar no “azul” e se aproximar de zerar os gastos com os credores mais antigos.

Executivos da 777 Partners com dirigentes do Vasco associativo em sua terceira visita ao CT – Daniel Ramalho/Vasco

Vasco na era SAF foca em organização nos primeiros meses

Entre agosto e dezembro de 2022, as receitas do Vasco com relação a processos operacionais giram em torno de R$ 47,4 milhões. O trecho do balanço leva em consideração diversas atividades que podem gerar lucro como bilheteria, direitos de transmissão, marketing, programa de sócio-torcedor e etc. É importante ressaltar que a equipe disputou a Série B pelo segundo ano consecutivo.

Em contrapartida, o clube desembolsou R$ 88,4 milhões com salários de atletas, direitos de imagem, custos com partidas e gastos gerais. Isso ocorreu porque a nova administração colocou como meta inicial a regularização das remunerações mensais e outros direitos trabalhistas que estavam atrasados. Ou seja, um déficit de R$ 41 milhões.

Além disso, mais da metade dos R$ 120 milhões do aporte foi utilizado para acabar com algumas dívidas urgentes. Um exemplo recente é o débito com o ex-centroavante Máxi López. A extensão da dívida poderia acarretar em uma punição como a impossibilidade de contratar e registrar novos jogadores, o ‘transfer ban’ da Fifa.

Máxi López, que virou credor, em sua chegada ao Cruz-Maltino – Rafael Ribeiro / Vasco

Confira os quatro bases do Vasco para alcançar a sustentabilidade

Aportes de capital do acionista majoritário: que já vem acontecendo desde 2022 e continuarão acontecendo em 2023 e 2024

Renegociação da dívida: para a obtenção de descontos em dívidas reconhecidas, redução de juros e alongamento destas.

Acompanhamento orçamentário: é crucial para que qualquer empresa (desportiva ou não) alcance o equilíbrio econômico-financeiro.

Estabilização do Vasco SAF na Série A: será de suma importância para o fortalecimento da marca e para a geração das receitas esperadas para os próximos anos.

Custo à vista das contratações do Vasco

O clube de São Januário foi agressivo no mercado e gastou mais de R$ 110 milhões em 16 contratações. Em valor investido, a equipe carioca fica atrás apenas do seu arquirrival Flamengo na janela. Por conta da situação em que gasta mais do que arrecada, a diretoria precisou parcelar a maioria da aquisição dos novos atletas. A estratégia foi fundamental para não prejudicar o orçamento.

Desse modo, o detalhamento sobre o valor gasto neste âmbito virá no próximo balanço. A direção trabalha em conjunto com o departamento financeiro analisando todas as negociações para fechar com novos atletas. O pagamento à vista se torna uma preferência quando há um desconto considerado vantajoso.

Pedro Raúl expõe a camisa 9 em sua apresentação no Vasco – Daniel Ramalho/Vasco

A aquisição do centroavante Pedro Raul, aliás, se encaixa nesta situação. Afinal, o Cruz-Maltino desembolsou R$ 10,4 milhões para o Kashiwa Reysol, do Japão. Neste balanço, o gasto com novos jogadores foi de quase R$ 23 milhões.

Aliás, este montante leva em consideração 3,3 milhões de dólares (cerca de R$ 16,6 milhões na cotação atual) em comissões aos representantes dos atletas. Além de aproximadamente 1,2 milhão de dólares (R$ 6 milhões) em luvas para jogadores.

Enquanto isso, o balanço da SAF comunica a entrada de 1,5 milhão de euros (cerca de R$ 8,3 milhões) pela entrega de direitos econômicos. O problema é que o documento não especifica qual tratativa lhe rendeu esse valor. O valor da venda do volante Andrey para o Chelsea, da Inglaterra entra apenas no balanço de 2024, por também ter sido feita de forma parcelada.

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