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Salgado defende SAF, mas se diz refém da crise do Vasco: ‘Faria diferente’

Em meio à luta contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o Vasco se aproxima de uma nova eleição no próximo dia 11 de novembro. No entanto, o contexto é diferente. Afinal, agora quem comanda o futebol do clube é a 777 Partners, que adquiriu 70% da SAF cruz-maltina. Atual mandatário, Jorge Salgado defende que a transição para a empresa norte-americana foi necessária para o futuro do clube. Porém, ele afirma que faria diferente se tivesse outra condição.

“Se você perguntar para mim: você faria diferente se tivesse uma outra condição? Faria diferente. Agora, hoje estou absolutamente certo de que se eu tivesse oportunidade de ter um clube com mais pujança financeira não ia fazer SAF do jeito que fiz – de atrair investidor, vender 70% das ações. Mas eu faria SAF em que o Vasco seria dono de 100% das ações”, afirmou o presidente em entrevista ao portal “ge”.

Jorge Salgado encerra seu mandato como presidente do Vasco em dezembro de 2023 – João Pedro Isidro/Vasco

“Estou absolutamente tranquilo. Se o próximo presidente assumir e quiser ver o contrato (da SAF), não tem problema nenhum, vai lá, se entende com a SAF. Fazem um carnaval, o contrato está funcionando.”, completou.

Salários dos funcionários em dia

Ao longo da entrevista, Salgado reiterou que quando assumiu em 2021, o clube convivia com salários atrasados de jogadores e funcionários. Dessa forma, o presidente acredita que a SAF foi essencial para que pudesse ter receita para efetuar o pagamento aos colaboradores. Vale destacar que o mandatário ficará à frente da parte associativa do Vasco, de forma oficial, até o fim do ano.

“Estaria numa situação muito difícil. A gente não teria esse time que a gente tem hoje. A gente não teria capacidade financeira, a gente não conseguiria colocar muitas das nossas dívidas em dia. Quando cheguei, eram cinco meses de salário atrasado, não recolhia imposto, não recolhia fundo de garantia. Os funcionários tristes, eu ficava com vergonha de entrar aqui em São Januário. Você pode imaginar isso? O cara que ganha R$ 3 mil, R$ 2,5 mil, com família? Era uma situação constrangedora. Hoje eu entro aqui e o funcionário só falta me abraçar. A gente está pagando em dia, a gente está recolhendo impostos em dia, pagamos 13º salário em dia. É outra situação”, explicou.

Disputa política

Durante as últimas décadas, as eleições do Vasco foram cercadas por polêmicas e brigas judiciais. Assim, em 2020, o pleito foi parar novamente na justiça, com o candidato Leven Siano, da Chapa Somamos, afirmando ter sido eleito na primeira votação. No entanto, diante da decisão do então presidente do STJ, Humberto Martins, que mandou suspender o pleito, Alexandre Campello, Jorge Salgado e Júlio Brant alegaram que não iriam desobedecer a ordem judicial.

Na votação do dia 7 de novembro, luzes chegaram a ser apagadas, fazendo com que a votação fosse encerrada. Dessa forma, na contagem, o candidato da Somamos foi o mais votado contra Sérgio Frias. Uma semana depois, em outra votação, apenas com Salgado e Brant, o primeiro levou a melhor, e a Justiça acatou. Para o presidente, toda insegurança política e jurídica dificultou o início da gestão. Afinal, em campo, o mandatário viu o time permanecer na Série B em 2021, mas conseguir o acesso na última rodada no ano seguinte.

“Nesse início a questão política me prejudicou muito fora de campo. O candidato que perdeu a eleição (Leven Siano) se achava ganhador e aí ele ficou nas mídias durante muito tempo vendendo narrativa de que a eleição foi um golpe, que eu não seria o presidente, que ele assumiria em algum momento, que ele estava na Justiça e ia ganhar. Fiz mais ou menos sete ou oito reuniões com investidores locais, mostrava a projeção do Vasco, projeção de receitas dos próximos anos, considerando a volta para a Primeira Divisão. Aí a conversa empacava nessa insegurança jurídica”,

Problemas com o antigo CEO

Além dos problemas políticos, Jorge Salgado afirmou que também teve conflitos com o antigo CEO (Luís Mello). Assim,  dificultou o início da relação com a SAF. Para o mandatário, a chegada de Lúcio Barbosa fez com que o clube estreitasse laços com a 777 Partners. Com essa aproximação, Nicolas Maya, Head de Esportes do grupo norte-americano, tem feito visitas periódicas a cada 15 dias para acompanhar de perto tudo que acontece no Vasco.

“Eu tive problema com o CEO antigo. Não quero me estender nisso, mas o início da gestão foi complicado do ponto de vista de entrosamento, ficou a SAF para um lado e a associação para outro. Não houve uma ponte, um entendimento maior entre as duas partes quando deveria ter tido. Isso deveria ter acontecido. Com a mudança que houve recentemente, com a entrada do Lúcio (Barbosa), mudou muito esse panorama. A gente está cada vez mais entrosado, se falando muito”, concluiu.

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Andre Casado

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