O Santos emocionou os torcedores nesta sexta-feira (25/11) ao publicar detalhes da viagem de Edu e Manoel Maria à Nigéria. Os dois são ídolos do Peixe e símbolos marcantes no fim da guerra civil no país em em 1969. Afinal foi lá que ocorreu o famoso jogo em que, para ver o Santos de Pelé & Cia, os  dois grupos que estavam em guerra, pararam o conflito por um dia para que o jogo do Peixe pudesse ser disputado.

Convidados pelas autoridades nigerianas após o lançamento do terceiro uniforme do Santos, que traz aspectos das culturas africanas, os Ídolos Eternos estiveram na Nigéria e relembraram os importantes momentos vividos naquele período de guerra.

Inicialmente, os ex-jogadores se encontraram com Yoruba Iba Gani Adams, conhecido como General do Povo, na cidade de Lagos. Lá, os ídolos presentearam o anfitrião com um uniforme personalizado e comemorativo, e a majestade também ganhou uma obra de arte que celebra a união entre os povos do Brasil e da Nigéria.

Ídolos Eternos voltam à cidade onde o “Time do Rei Pelé” conseguiu parar uma guerra. Foto: Reprodução Santos TV.

O destino seguinte foi Ile-Ifé, onde foram recebidos com festa e se encontraram com Adeyeye Enitan Ogunwusi, Majestade Real Ooni Ile-Ifé, que relembrou a importância que o clube tem para o país. Ele também foi presenteado e, no fim da visita, todos dançaram e cantaram de mãos dadas a música que dizia “O Santos parou a guerra”.

Na cidade do jogo histórico

A viagem dos Ídolos Eternos continuou para Benin City,  a cidade onde aconteceu a histórica partida que terminou com vitória santista por 2 a 1 sobre a seleção do Centro-Oeste da Nigéria, com gols do ex-ponta esquerda e Toninho Guerreiro.

“Sempre marcava gols nas excursões do Santos. Os caras se preocupavam com o Pelé, dois em cima dele. Eu deitava”, disse Edu durante o trajeto até o Estádio Samuel Ogbemudia, palco da grande vitória.

A partida é tão marcante e significativa porque os nigerianos interromperam a guerra que acontecia no local para irem ao estádio ver o time do “Rei do Futebol”, o Rei Pelé. Ao entrarem no gramado, Edu e Manoel se emocionaram.

“Estava recém-contratado, vindo da Seleção Olímpica. Tudo era bonito, tinha arquibancada de um lado só. Tirei algumas fotos com ele (Edu), com o Rildo, Negreiros. Realmente é muito gratificante para nós voltar aqui e ver essa realidade. Tornou-se um estádio muito bonito”, disse Manoel Maria.

Reconhecendo a importância do jogo para o fim da guerra, Edu fez uma declaração lembrando também da sua ancestralidade.

“Voltar em paz. Graças a Deus, fizemos com que isso reinasse até hoje. Depois de um ano daquele nosso jogo, a guerra parou e a paz reina até hoje. Isso é maravilhoso, saber que nós fazemos parte dessa história também. Eu mais ainda, porque tenho 100% ancestralidade africana. Estou em casa, ao lado dos irmãos. Uma felicidade muito grande”, disse Edu.

O vídeo

O vídeo publicado pelo clube ainda mostra um amistoso realizado em comemoração aos 53 anos da partida simbólica. Um time com jogadores do clube local Bendel Insurence vestiu o terceiro uniforme do Santos e atuou contra atletas da mesma cidade, que vestiram o uniforme branco.

Novo uniforme do Santos relembra raízes africanas de sua história. Foto: Santos FC.

A viagem é um capítulo importante no lançamento do terceiro uniforme da equipe santista, que traz estampas baseadas na cultura da Nigéria e de outros países da África, com cores preta e cinza chumbo.

Na parte interna da gola, a camisa estampa a frase “Juntos Pela Paz, Juntos Pelo Futebol Alegre”, com referência ao período da guerra. Na parte de trás, o uniforme tem “Nigéria 1969” e “O Dia em que a Guerra Parou”, frisando o contexto histórico que faz parte da campanha da Umbro, que relembra momentos que marcaram o futebol.

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