Quando assumiu o Santos, na demissão de Diego Aguirre, o técnico Marcelo Fernandes era visto pela torcida como um mera ‘tapa-buraco’. Afinal, a aposta no uruguaio dera errado, o Peixe seguia na zona de rebaixamento e a diretoria não tinha um nome claro para ser o treinador efetivo. Mas ele estava ali mesmo, diante dos olhos de todos: foi o próprio interino que conduziu o time à reação e o tirou da degola, ao menos, momentaneamente.
Membro da comissão técnica permanente, Marcelo Fernandes é auxiliar do Santos desde 2012, mas não recebia uma oportunidade havia muitos anos. Quando a diretoria demitiu Aguirre, Marcelo foi a primeira solução para tentar apagar o incêndio. E não poderia ter dado mais certo: na estreia, em confronto direto contra o Bahia, uma importante vitória por 2 a 1.
Se parecia apenas uma renovação momentânea no espírito dos atletas, a coisa foi além na goleada sobre o Vasco, por 4 a 1. Foi ali que Marcelo caiu de vez nas graças da torcida, coroando sua boa fase no último fim de semana, ao vencer de virada o Palmeiras, que briga pelo título, por 2 a 1. O Peixe subiu quatro posições em três jogos, chegou aos 30 pontos e está numa menos incômoda 14ª posição. Para os santistas, um resultado direto do ‘presuntismo’, numa brincadeira com o apelido de Marcelo: Presuntinho.
“Eu falei que a gente via as partidas e parecia que o time perdia os jogos sem correr, sem alma. Eu estava há um ano fora do clube e, quando retornei, não tinha nada disso. São jogadores mega dedicados, trabalham muito o dia inteiro, mas faltava o lance da cabeça, a confiança. Mostrei que eles têm perfil para ter a confiança necessária pois jogam no maior time do mundo”, diz o treinador.
Perfil agregador conquista o time
E, de fato, os jogadores compraram a ideia de Marcelo Fernandes. Embora menos experiente e famoso no meio dos treinadores, o comandante do Peixe conseguiu incutir nos jogadores uma mentalidade vencedora. Além da grande identificação com o Santos, seu estilo, que oscila entre a exigência e o bom humor, além de uma boa dose de motivação, acabou conquistando os atletas e gerando ótimos resultados.
Após a vitória no clássico no último domingo (8), em Barueri, o técnico falou em três pilares sobre os quais está seu elenco: simplicidade, falta de vaidade e sem frescura. De acordo com ele, estes detalhes têm motivado o grupo, que aprecia o estilo exigente, mas também agregador de Marcelo. Assim, foi ponto pacífico da diretoria parar de procurar um nome consagrado e dar um voto de confiança na solução ‘caseira’. O próximo desafio é no dia 19, contra o Bragantino.
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