Primeiras SAFs entre os gigantes do país, Cruzeiro e Botafogo iniciam o Campeonato Brasileiro, neste domingo (14), às 17h (horário de Brasília), no Mineirão, com a crista baixa. Além disso, mesmo nesta altura da temporada, com inícios de trabalhos. Raposa e Glorioso começaram do zero nesta semana, em plenas competições continentais. Agora se enfrentam em um tira-teima para saber quem está mais atrasado e com o planejamento mais defasado.
O clássico colocará frente a frente os técnicos Fernando Seabra (Cruzeiro) e Artur Jorge (Botafogo). Os dois comandantes ainda não completaram dez dias de trabalho em seus respectivos clubes. Em cenário distintos, os dois, aliás, vão cortar um dobrado para elevar o nível de seus times.
Na Raposa, Seabra assumiu às pressas, no lugar de Nicolás Larcamón, técnico que conseguiu tirar o time celeste na primeira fase da Copa do Brasil e perder uma final Estadual para o Atlético, em um Mineirão tomado pela China Azul e com a vantagem do empate.
Solução barata, o novo treinador do Cruzeiro é especialista em garimpar talentos da base e foi bem no sub-20, mas conta com pouca experiência como profissional, afinal, treinou a equipe somente na reta final do último Brasileirão, como interino. Sua responsabilidade é a curto prazo: deixar a Raposa longe da zona de rebaixamento.
Nesta semana, em sua estreia, a Raposa protagonizou um dos maiores vexames de sua história recente. Após abrir 3 a 0 sobre o Alianza Patriota, deixou o penúltimo colocado do Campeonato Colombiano empatar em 3 a 3. Desastre em Belo Horizonte.
“Se é importante o método do Cruzeiro, o fortalecimento da instituição e fazer com que todas as áreas sejam partes ativas na construção do jogo, nada melhor que é o Seabra. Não só porque ele acredita, mas porque acreditamos que eles têm a liderança, a capacidade e as ferramentas para fazer com que todas as áreas cresçam neste processo”, pontuou Pedro Martins, diretor de futebol da SAF celeste.
Como se não bastasse perder o último Campeonato Brasileiro de forma traumática, o Botafogo ficou mais de um mês sem treinador, em 2024. Assim, o clube teve que trocar o pneu com o carro em movimento, ou seja, em plena Copa Libertadores, competição na qual o time só foi chegar à fase de grupos depois de duas eliminatórias. A consequência da falta de planejamento respingou na campanha: duas derrotas em dois jogos e lanterna da chave.
Recém-chegado, Artur Jorge tem, então, o desafio de se virar com um elenco caro e desequilibrado. Ao contrário de seu oponente deste fim de semana, o português é o encarregado de inaugurar, enfim, o “Botafogo Way”, projeto esportivo de John Textor que prevê um time propositivo e protagonista nas partidas. A grande questão é: o técnico e o sócio majoritário da SAF convencerão a torcida a ter a paciência para um projeto de médio a longo prazo?
Artur Jorge, em Quito, nesta semana, provou que a palavra “coragem” não está à toa em sua cabeceira. Ele contrariou os prognósticos e escalou o Botafogo com quatro atacantes, em uma tática kamikaze e inédita. O técnico será fiel às suas convicções ou vai recuar?
“É um prazer enorme, uma honra para mim treinar o Botafogo. Estou satisfeito e preparado para outras batalhas que virão. Procuramos ter condições de ter uma equipe ofensiva, com mais critérios”, avisou o treinador português do Botafogo.
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