O momento ainda causa apreensão nos alvinegros e dentro do clube, mas, por enquanto, a tendência é que Luís Castro permaneça no Botafogo. A falta de uma proposta oficial do Al-Nassr e até a campanha contra dos torcedores sauditas devem pesar bastante a favor da continuidade do treinador. Aliás, o português se manifestou superficialmente sobre o assunto e disse que se preocupa “minimamente”.

“Não quero falar sobre o tema, até porque temos jogo depois de amanhã (contra o Cuiabá), e depois o Palmeiras. Uma coisa eu sei: o meu agente foi sempre a pessoa que tratou do meu futuro enquanto treinador. Eu nem me preocupo com o tema, me preocupo minimamente. Trabalho o dia a dia de cabeça limpa e é isso que vou continuar a fazer”, afirmou, à Rádio Globo.

Luís Castro deu rápida declaração e não foi muito claro sobre seu futuro – Foto: BotafogoTV

Desde que o jornal português ‘A Bola’ revelou o interesse da equipe árabe, a informação é que o agente de Luís Castro ainda não recebeu uma oferta formal, mas já está ciente dos números que o clube estaria disposto a pagar. A princípio, foi publicado que os valores girariam em torno de 10 milhões de dólares por ano (R$ 47.7 milhões) o equivalente a quatro vezes o que o português ganha no Botafogo. Por outro lado, de acordo com a coluna ‘Panorama Esportivo’, de ‘O Globo’, a quantia é inferior ao dobro de seus vencimentos atuais.

Lobby de CR7 vs. revolta dos sauditas 

O principal nome do projeto do Al Nassr é Cristiano Ronaldo. Conterrâneo do treinador, o astro de 37 anos faz lobby para a chegada dele, em substituição ao francês Rudi Garcua, que fechou com o Napoli-ITA. Entretanto, parte dos torcedores não parece estar satisfeita com a possível escolha. Nas redes sociais, já chamaram Castro de “estagiário” e acreditam que ele não está à altura do super projeto do time para as próximas temporadas. O tema foi o segundo tópico mais mencionado no Twitter nas últimas horas.

“Um treinador que ninguém conhece, exceto sua mãe e o clube do Catar. Imagina ele treinando Cristiano, Ziyech e Brozovic contra jogadores internacionais??? Decepcionado!”, diz um tweets que colocaram o tema entre os mais falados no país.

Tweets com a rejeição a Luís Castro se acumularam entre torcedores do Al-Nassr – Reprodução/Twitter

A imprensa saudita informa, aliás, que o comandante do Botafogo não é a prioridade absoluta e que o clube conversa com outros nomes. Antes dele, inclusive, Abel Ferreira, do Palmeiras, também rejeitou o início das investidas do Al-Nassr. Com isso, fica a sensação de que Luís Castro não está convencido de quebrar o contrato onde tem um trabalho em alta e na liderança do Brasileirão.

Confiança de Textor pode ser diferencial

O português já teria tranquilizado John Textor, dono da SAF alvinegra, no sentido de que vai cumprir o contrato. A informação é do ‘ge’. Inclusive, o empresário norte-americano fez um esforço significativo para trazer o treinador, de quem se tornou amigo. Além de ter pago a multa com o Al-Duhail, do Qatar, esperou cerca de um mês para a sua liberação. Isso sem falar que Textor bancou a manutenção do trabalho após os maus resultados do primeiro semestre, enquanto os botafoguenses protestavam e forçavam a barra para a demissão. Por fim, já houve uma reação ao assédio, durante a Data Fifa, com o primeiro contato para renovar o vínculo, que vai até março de 2024.

Para o perfil e filosofia de Luís Castro, aos 61 anos, isso é outro fator relevante. O diretor de futebol, André Mazzuco, mostrou confiança e garantiu que não tem um plano B para um eventual desmanche da comissão técnica a esta altura.

“Ele não deu nenhum sinal que nos deixa pessimistas. É um profissional extremamente leal, transparente, honesto. Lógico que são propostas que seduzem, deixando claro que não chegou proposta oficial ao clube”, disse Mazzuco, segundo o blog ‘Mercado da Bola’, do ‘Uol’.

Castro e Textor aumentaram ainda mais a confiança mútua, e isso pode ser trunfo – Vítor Silva / Botafogo

Castro diz que nunca saiu sem aval do clube

A história toda ainda teve um lado curioso. O rumor de que o Botafogo poderia ficar tranquilo porque português não quebra seus contratos, de certa forma, foi descartado pelo próprio. À Rádio Globo, ele lembrou que saiu do Chaves, do Vitória de Guimarães e do próprio clube do Qatar, na ocasião da vinda ao Glorioso, antes do fim dos respectivos compromissos. Sempre, porém, com a devida anuência e boa relação.

“Nem sempre encerrei os meus contratos, a verdade tem que ser dita. Quando estava no Chaves tinha dois anos de contrato e interrompi no meio, o vitória de Guimarães pagou a rescisão. Foi uma negociação entre os clubes. No Vitória de Guimarães atingimos o objetivo, colocamos a equipe apurada para a Liga Europa e, entre o primeiro e o segundo ano, o Shakhtar solicitou o meu trabalho. O Vitória de Guimarães entendeu que tudo que eu tinha feito e que deveria me deixar ir para uma equipe de Champions (League). Houve um entendimento e saí”, explicou.

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