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Mesmo em meio à disputa de três competições simultâneas, o Botafogo optou por reduzir os custos e não vai fretar voos para ir e voltar do Peru, onde enfrenta o César Vallejo, nesta quinta-feira, às 21h, pela fase de grupos da Sul-Americana. A medida causou debate no clube nos últimos dias e deixou o técnico Luís Castro insatisfeito. Afinal, a delegação terá duas longas viagens pela frente, totalizando mais de 20 horas em trânsito, o que causa ainda mais desgaste aos jogadores.

Contra o Magallanes, em abril, o Botafogo foi direto para Santiago, já que a partida aconteceu na região metropolitana de Santiago. Desta vez, porém, o estádio Manische fica na cidade de Trujillo, que está a 560km da capital Lima, para onde a delegação vai embarcar em voo comercial nesta terça, já que não há rota direta para o local da partida. Apenas o voo Rio-Lima, por exemplo, dura no mínimo 6 horas. No retorno, na sexta-feira, a situação se repete e o time terá apenas um dia para descansar antes de encarar o América-MG, domingo, no Nilton Santos.

Após a vitória sobre o Fluminense, no último sábado, o treinador português mencionou a situação ao falar das dificuldades para se manter em alto nível diante dos obstáculos impostos pelo calendário e a logística no futebol brasileiro e sul-americano.

“A maratona e as dificuldades são grandes. Viemos de dois jogos de grande dificuldade em que perdemos (Goiás e Athletico-PR). Hoje (sábado) tivemos grande dificuldade e vencemos. Teremos grande dificuldades no Peru, na quinta-feira. Depois, chegamos aqui um dia antes do jogo com o América-MG porque não vamos viajar em voo fretado. Isso tudo é muito complicado para nós. Tudo nos cria um monte de dificuldade, mas temos que ultrapassar”, lamentou Castro.

Alto custo fez SAF do Botafogo rever planejamento

A cúpula da SAF, a princípio, planejou o orçamento para fretar voos sempre que necessário. Durante o Carioca e as duas primeiras fases da Copa do Brasil, vale lembrar, o time não tinha o Nilton Santos e precisou revezar o deslocamento semanal para Brasília, Cariacica e Volta Redonda. Agora, esta prática comça a ser abandonada em virtude do aumento dos custos.

“Temos quatro dias lá (no Peru, de terça a sexta), sábado preparamos o jogo contra o América. É preciso encontrar um equilíbrio nesse mundo de densidade de jogos, mas felizmente a família botafoguense tem sabido encontrá-lo”, disse Castro, resignado.

Bota já viajou uma vez na Sul-Americana e empatou com o Magallanes – Vítor Silva / Botafogo

É provável, mais uma vez, que o Botafogo tenha mudanças na equipe. O técnico adotou um sistema de rodízio de acordo com o desgaste dos jogadores, e o grupo vem correspondendo bem, apesar de ter sofrido duas derrotas consecutivas, para Goiás (Brasileirão) e Athletico-PR (Copa do Brasil), antes do Clássico Vovô. Nomes como Marlon Freitas, Victor Sá e Gustavo Sauer devem pintar.

“Vai jogar quem está melhor. Privilegiar competições não faz sentido em um clube grande como o Botafogo. Se queremos ser grandes, não podemos fazer que não somos. É a realidade do Botafogo. Temos que nos tratar assim, então não posso dizer que vou privilegiar essa ou aquela. Depois, se não ganhar, também não vou dizer que não queria”, garantiu o treinador.

O Glorioso pode assumir a liderança do Grupo A, caso vença e a LDU empate ou perca para o Magallanes, em Quito. Na Sul-Americana, apenas o primeiro colocado garante vaga na fase seguinte, e o segundo deve disputar um mata-mata com o terceiro de um dos grupos da Libertadores.

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