A CBF divulgou, nesta terça-feira (19), a nova da edição do quadro “Papo de Arbitragem”, que visa debater sobre os lances mais polêmicos da última rodada do Campeonato Brasileiro. Nele, participaram o presidente da Comissão de Arbitragem, Wilson Luiz Seneme, e o gerente do VAR, Péricles Bassols. Ambos reforçaram que a decisão de anular o gol de Diego Costa, do Botafogo, no confronto com o Atlético-MG, na Arena MRV, foi acertada.

Durante o papo, os profissionais ressaltaram que o zagueiro Maurício Lemos não teve o “controle da bola” ao realizar o corte em direção ao atacante alvinegro. Esse foi o mesmo argumento utilizado pela equipe de arbitragem de Ramon Abatti Abel para dar sequência à partida e não assinalar qualquer irregularidade na jogada.

Seneme concordou com a decisão da arbitragem ao anular o gol de Diego Costa no último sábado – Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Ao longo dessa edição, Seneme explicou que o assistente Bruno Raphael Pires considerou que não houve uma ação deliberada por parte do defensor. De acordo com a visão do profissional, o zagueiro teve dificuldade para efetuar o corte, o que configurou como impedimento na sequência.

Diálogo entre os profissionais de arbitragem

“Gostaria de fazer um comentário em relação ao que o Bruno Pires fala. Ele considera que não tem ação deliberada, o defensor não joga a bola. Tem um rechaço com dificuldade, não jogou deliberadamente como a regra 11 prevê”, disse Seneme.

“É fundamental que o assistente de campo ative a cabine com os conceitos. Deu o conceito de posição, porque estava vendo de forma clara, e que a jogada do jogador de preto não era deliberada, com plenos controles, para iniciar uma nova ação e uma nova jogada. Não aconteceu isso”, opinou Bassols.

“A consequência disso para ele, assistente, é que gerou uma vantagem para aquele jogador que já estava em posição de impedimento, por não ser uma ação deliberada com controle”, complementou Seneme.

“Um desvio não dá uma nova origem e não dá legalidade ao jogador”, concluiu”, Bassols.

Áudio da cabine do VAR

“Diego estava em posição no início, jogador não realiza passe deliberado” disse o assistente Bruno Raphael Pires.

“Claramente está impedido, a decisão de campo é impedimento”, explicou uma voz não identificada.

“Jogador claramente em posição. Perfeita essa decisão, pode manter essa decisão de campo”, acrescentou o VAR Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral.

Diego Costa, do Botafogo, reclamou da decisão da arbitragem no último sábado – Reprodução

Reclamação do Botafogo

Vale lembrar que o lance aconteceu aos 43 minutos da etapa final, quando Luís Henrique alçou a bola na área. Em seguida, o zagueiro Maurício Lemos se antecipou e tentou afastar o perigo, porém a bola sobrou para Diego Costa finalizar e estufar a rede. O assistente Bruno Raphael Pires assinalou impedimento do atacante, enquanto Ramon Abatti Abel aguardou a resposta do VAR e deu sequência ao jogo.

Após a partida, Diego Costa disse que a arbitragem “meteu a mão na questão da interpretação”. O atacante também frisou que “para a competição ficar mais atrativa tem que deixar o Botafogo mais próximo dos adversários”.

Além dele, Bruno Lage fez acusações contra a arbitragem durante a coletiva de imprensa e colocou em xeque a lisura da competição. Na ocasião, o comandante ressaltou que “coisas duvidosas e lances inexplicáveis têm beneficiado e prejudicado equipes” e que “querem o campeonato animado até o fim”.

Na sequência, a Associação de Árbitros de Futebol do Brasil (Abrafut) lamentou, nas redes sociais, a reclamação do clube carioca Além disso, destacou que pretende entrar com uma nota de infração junto ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). Contudo, não especificou quais seriam os denunciados e os artigos infringidos durante a reclamação.

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