O Corinthians apresentou, na manhã desta terça-feira (25), Sylvinho, novo técnico que assinou com o Timão um contrato até o fim de 2022. Ele não deve comandar o time nesta quarta-feira (26), contra o River Plate-PAR, pela Copa Sul-Americana. Sua estreia deve acontecer contra o Atlético Goianiense, no domingo (30), pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro.

Durante a primeira entrevista como treinador do Cointhians, Sylvinho deixou claro que não contará com muitos reforços e pediu paciência aos torcedores para que construir um time mesclado com jovens e nomes experientes.

Sylvinho ao lado do presidente Duílio Monteiro Alves – Rodrigo Coca/Agência Corinthians

“O clube já tem muito claro, assim como eu, que não teremos muitas vindas de reforços. Vejo como você perguntou um cenário de atletas com boas condições, sim. Entendo que tudo pode ser potencializado e melhorado. Passa por etapa e estamos vivendo uma nova. Corinthians está acostumado com títulos. Mas a etapa é nova, de construção. Paciência, ter os jovens, mais experientes, juntar forças. Com raça, dedicação, que é o mínimo que podemos dar ao nosso torcedor”, disse Sylvinho.

O novo comandante do Timão disse que não consultou ninguém para fechar com o Corinthians. Sylvinho ressaltou seu tempo trabalhando na base do clube e também de suas experiências como assistente de Tite e Mano Menezes.

“Não precisei consultar ninguém. Vim porque é hora, porque é tempo. Estava esperando. Tenho monitorado. É um clube que conheço há muitos anos. Satisfação. Foram três minutos de uma boa conversa. Trago do Lyon construção enorme na vida, e em outras funções, até mesmo nessa casa. Trabalhei com Tite e Mano Menezes. Trago muita coisa, conteúdo e isso me deixa muito satisfeito. Trago de todos.”, disse o treinador do Corinthians

Confira outras respostas do novo treinador do Corinthians em sua coletiva de apresentação:

Sylvinho é um cara pilhado?

“Quase nada… É um jeito, característica. Não gostaria de ser assim, tem hora que me incomoda. Meus pés se mexem. Ser pilhado no futebol é não perder tempo. Não temos tempo a perder. Nível de concentração alto. Entrega. Concentração. Estar atento a tudo, absorvendo tudo. O atleta é inteligente. Sou pilhado porque entendo que as coisas são assim, é meu ritmo. Muitas dessas características. Sempre serviu para mim. Na vida cotidiana, eu passou um pouco do ponto. É muita energia.”

A variação tática do time do Corinthians

“O sistema tático não define se o time é ofensivo ou defensivo, mas sim as peças e o que queremos potencializar. Eu domino o sistema de quatro, fui criado assim. 3-4-1-2 e outros sistemas com três também dominamos. Precisamos entender o que potencializa o time e os jogadores. Não gosto de variação de sistema, não trabalho assim. Entendo que o atleta treinado tem as distâncias e percepções de treino para levar para o campo com tempo de trabalho. Variação te causa distâncias diferentes, o que gera atraso. Eu gosto da linha de quatro, mas não está fora de cogitação trabalhar com linha de três em algum jogo pontual.”

Como pode ajudar os garotos de base?

“O trabalho é desafiador e árduo. Recuperar os mais experientes. Nós da comissão, da direção, todos nós trabalhamos para recuperar os atletas. Os jovens, também. Quanto a eles, é importante acelerar algumas etapas. É bom trabalhar com jovem, tem absorção, mas com responsabilidade de colocá-los e que se sintam melhor pouco a pouco. Outros mais acelerados. Alguns são mais rápidos, quem dá o tempo são os atletas. Recuperar a todos. Não me conformo deixar dois fora. Vamos buscar os atletas. Deixo uma história: subi com 20 anos, não era muito normal. Final de ciclo amador. Naquele momento, o time estava com Eduardo Amorim, comecei a ser titular. Algumas decisões não bem tomadas de minha parte, pressão muito grande. Camisa pesada. Eduardo teve cuidado comigo. Dizia que “tu vai jogar quarta-feira de novo, calma”. Todo esse processo… Estamos para apoiá-lo. Promissores. Sem queimar etapas.”

Já havia recebido convite e recusado o Corinthians e por que aceitou agora?

“Problema financeiro não é barreira para mim. Somos resultados das nossas decisões. Fui calmo para tomá-las. Eu tinha outras situações, outras construções, você é pego no meio do oceano. Estou contente, nasci e cresci aqui. Gosto de estudar. Gosto de coisas modernas. Mas futebol não é só isso, tem gestão. Alma, comprometimento. Tive ótimas comissões técnicas. Fico muito feliz com todo o conteúdo que tenho. Às vezes me atrapalha, gasta muita energia. Falo muito. Fico me policiando. Minha mulher me ajuda. Para vida ativa, sou assim. É desafiador sim o Corinthians, trabalhar e trabalhar muito, com empenho. Resultado e performance.”

Sobre reforços

“Ficou claro para mim. Cenário positivo. Entendemos o momento do clube, sabemos que é um ano difícil. Dificilmente vai ter contratação. Está nas mãos da cúpula de futebol. Entendemos o momento, reconhecemos o grupo, sim. Grupo bom e vamos trabalhar com ele.”

O que enxerga no Corinthians?

“O cenário é positivo. Lázaro está de volta ao clube. Tivemos conversa, informação. Trago o Doriva, profissional de alto nível. Traz experiência, tranquilidade. Já estamos trabalhando em cima do elenco, de decisões a serem tomadas. Vamos acelerar processos. Campeonato está aí, vai começar rapidamente. Temos dificuldade da pandemia. O respaldo é bom, a equipe é boa. Vamos trabalhar. Vi alguns jogos do Paulista, entre tantos outros. Jogos de domingo, terça, quinta, misturados com outros campeonatos é muito complicado. Temos que relativizar. Temos uma nova etapa.”

Qual sua característica de time?

“Fugindo de nomenclaturas. Times reativos… Nosso time é um time que luta, compete, entra. O futebol é um esporte maravilhoso. Dos mais complexos. Grau de dificuldade alto e depois sincronizar movimentos não é simples. Muitas das vezes técnicos batem nessa do tempo. Tempo corre. O nosso time é um time que entra, organiza e sabe o que fazer e vai lutar, jogar, brigar e disputar. É nossa característica.”

O que é inegociável para o treinador Sylvinho e sobre Tite?

“Eu tenho bastante coisa inegociável. Tem coisas indiscutíveis no futebol: perda de tempo, nível baixo de concentração, não. Vai subir. Isso é trabalho, dedicação. Somos exemplos para uma sociedade. Representamos nação, torcedores. Respeitar a geração, a idade, a juventude. Há tempo para tudo. Passei por isso e entendo. Com relação ao Tite, o que posso dizer? Você já disse tudo. Tão grande como o Corinthians, que carrega multidão… Você respondeu.”

Vai priorizar algum campeonato?

“Não vamos priorizar nada. Prioridade é o próximo jogo. O tempo é escasso. Globalização ficou bonito. Guarda combustível antes do jogo, depois, recupera. Dá para se trabalhar. Assim eu aprendi com grandes treinadores. As imagens falam mais do que palavras. Metodologia sendo desenvolvida com imagens. Otimizar tempo, ganhar tempo para poder ir aperfeiçoando o que queremos do atleta. Imagens falam. Trabalhamos com isso. Dentro de um grupo, com imagem de cinco a sete minutos aquilo ali é treino. Vai ser levado a campo. É processo desafiador, mas temos que nos encontrar”.

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