O futebol brasileiro e o do próprio continente estão assumindo definitivamente um aspecto assustador. Apenas dois clubes, nos dias atuais, brigam pelos títulos que disputam: o Atlético-MG e o Palmeiras. Os demais são participantes. Mas não se deve questioná-los. Pelo contrário. Ambos souberam buscar os investimentos obtidos. Formaram grandes elencos, levando-se em conta o contexto de hoje, e passaram a sobrar no cenário.
É preciso ressaltar que o dinheiro não basta. Há que saber aplicar o que entra no caixa. O colunista vos escreve não é futurólogo. Mas acompanha futebol faz 60 anos. E trabalhou outros 30 diretamente com o esporte. Assim, parece que o próximo Brasileiro, que começará em breve, e que é um campeonato por pontos, sem jogos eliminatórios, deixará evidente a distância que existe entre os clubes que têm situação privilegiada e os demais.
Atlético-MG e Palmeiras provavelmente brigarão palmo a palmo pelas competições, incluindo a Libertadores, que só escapará se algum clube argentino surpreender. Sim, pois o que ainda sustenta o interesse é o fato de o futebol apresentar zebras formidáveis, no qual, vez por outra, o rato caça o gato.
Alguém dirá que a supremacia dos nossos clubes muito ricos e organizados têm limite, pois não vai além das fronteiras da América do Sul, dado que são sempre derrotados no Mundial. É verdade. Mas não se questiona aqui o nível de recursos entre os continentes, e essa é outra discussão. Seria desnecessário lembrar que há uma diferença absurda, entre ricos e pobres, notadamente quando se fala em Europa. Não agora, mas quem sabe dentro de três meses, poderá ocorrer alguma mudança por lá, talvez um encolhimento geral, caso esse imbecil chamado Vladimir Putin continue alimentando um conflito insuportável e absolutamente desnecessário.
Assim, vamos, por enquanto, manter as expectativas apenas por aqui, no nosso quintal, e aguardar uma revisão dos demais cartolas em relação aos dois clubes citados, para quem sabe um dia surgir possibilidade de superá-los. Um dos problemas atuais, e principalmente quando se fala nos demais gigantes brasileiros, é o fato de deixarem de lado as competições regionais e nacionais para apostar em Libertadores. Esse é um grande equívoco. É preciso, antes de tudo, pensar no fortalecimento financeiro e na organização interna, e daí buscar os passos que vão além do tamanho de suas próprias pernas.
Por ora, Atlético e Palmeiras só serão derrotados se uma zebra multicolorida decidir ameaçá-los, o que é bastante improvável, pois se em pontos corridos são insuperáveis, também será complicado derrotá-los no mata-mata, pois são disputados em dois jogos, o que diminui consideravelmente tal possibilidade.
Mas vale lembrar que o Palmeiras, em 2021, caiu diante do CRB, na Copa do Brasil. Esse, aliás, é um ótimo exemplo para mostrar que ela, a zebra, é hoje a maior protagonista do futebol sul-americano.
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