Roberto Assaf

Tite e a velha política

A primeira entrevista oficial de Tite no Flamengo lembrou a velha política que fala durante muito tempo. Mas que não diz praticamente nada de interessante sobre a função que exerce.

Vale lembrar que Tite foi apresentado pelo presidente Rodolfo Landim e os também cartolas Bruno Spindel e Marcos Braz. Os três foram importantes no processo de conquistas entre 2019 e 2022, e também responsáveis por perder oito títulos em 2023. A lembrar: Taça Guanabara, Estadual, Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana, Mundial, Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil. Landim afirmou que Tite “tem o DNA do Flamengo”, o que está bem distante da realidade. E que a contratação do treinador visa “melhorar ainda mais o futebol do clube no ano que vem”. Isso é óbvio, pois piorar, como visto, é impossível. Além disso, a palavra “mais” não cabe na frase.

Tite, novo treinador do Flamngo, durante a coletiva de apresentação – Foto: Marcelo Cortes /CRF

Tite frisou, notadamente, que abraçou o cargo por “desafio profissional” e que o objetivo imediato é obter vaga na próxima Libertadores. Claro. Ao abordar o passado recente – e ainda presente – garantiu que não pretende discuti-lo, para não perder tempo com a questão, mas pensar efetivamente no futuro. “O Flamengo precisa ter principalmente a posse da bola, para não dar chances ao adversário, além de consistência defensiva, e sobretudo equilíbrio”, o que, na prática, não explica exatamente o que pretende fazer para evitar a terra arrasada que Vitor Pereira – o que é Vitor Pereira? – e Jorge Sampaoli deixaram como legado.

Tite e a diretoria do Fla

O novo técnico disse também que a sua função não permite intromissão direta no cotidiano do clube, pois “acima de tudo está a diretoria”, e que “há uma hierarquia a ser respeitada”. Curiosamente, lembrou que “o treinador tem que se adaptar aos atletas, e não contrário”, autêntico enigma, que na realidade precisa ser exaustivamente discutida, pois é ele quem escala e substitui, ou seja, monta e desmonta o time, o que os seus antecessores fizeram da maneira mais equivocada possível.

A propósito, e já que falamos de Flamengo, e do que vem pela frente, é fundamental repetir que em 2002 o clube também jogou oito títulos no lixo. A diferença é que em 2002, há mais de 20 anos, o Flamengo sustentava um orçamento modesto, não era o proprietário de um centro de treinamento capacitado, e o nível do elenco era bem inferior. E não colocava mais de 60 mil pessoas em todos os jogos disputados no Maracanã. Foi naquele ano também que aconteceu o único processo de impeachment da história do clube. Edmundo Santos Silva, julgado por improbidade administrativa, deixou o cargo em 8 de julho.

Aliás, a pergunta ainda não calou: o que é Vitor Pereira? Responda quem for capaz.

Por Roberto Assaf

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Carlos Beto

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