A pouco menos de um mês do começo da Copa do Mundo, no Qatar, o técnico da Seleção Brasileira, Tite, declarou que, se o Brasil for campeão, não pretende ir a Brasília para um encontro com o presidente Jair Bolsonaro. A afirmação foi feita em entrevista ao jornal “O Globo”.

“Eu não vou, nem ganhando nem perdendo. A Seleção pode ir e eu não vou. É uma questão pessoal. E ela não depende de quem vai ganhar a eleição. Eu falei isso quando era o Michel Temer presidente. Não me sinto confortável, não é o meu chão”, disse Tite.

Tite fala da rejeição de certas pessoas pela camisa da Seleção por associar o amarelo a Bolsonaro: “Não luto essa batalha” – Lucas Figueiredo/CBF

Democracia na Seleção

Tite e a CBF tentam evitar que as discussões políticas entrem no meio da Seleção. Dessa forma, eles enfatizam que os jogadores e a comissão técnica têm direito de se posicionar em defesa de candidatos. É o que acontece, por exemplo, com Neymar, que apoia abertamente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição.  O atacante participou da live do presidente neste sábado (22/10). Tite ressaltou que não há qualquer diretriz para posicionamento político na equipe.

“Absolutamente, não. Democraticamente, para usar o termo, e não me sentiria nunca à vontade. Eu faço através do meu exemplo, falamos entre nós sobre aquilo que é nossa realidade: o futebol”.

Polarização afeta cor da camisa

Mas todos sabem que, de alguma forma, o debate polarizado sobre a disputa do segundo turno afeta a relação da torcida com o grupo. Afinal, as cores da bandeira nacional acabaram sendo associadas a Bolsonaro (PL), diferentemente do PT de Lula, que é identificado com o vermelho. Dessa forma, há pessoas que, por questões ideológicas, passaram a rejeitar a camisa da Seleção por causa da conotação políticas que muitos tentam impor a ela.  Tite, porém, disse que passa ao largo dessa questão.

“Pega essa torcida e deixe que ela fique com essa batalha. Eu não luto essa batalha. A batalha do futebol é a da educação, da competição para ser melhor, mas com limites éticos, e a de ser o mais arrojado, o mais criativo. E a de respeitar nossas origens”.

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