A tensão já está no ar. É clima bélico! Se, em campo, o Botafogo conquistou uma vantagem confortável para se aproximar da final da Copa Libertadores, fora das quatro linhas, a atmosfera densa norteia o reencontro entre o Glorioso e o Peñarol. A bola rola nesta quarta-feira (28), às 21h30 (de Brasília), no Estádio Campeón Del Siglo, pelo embate de volta da semifinal. O Ministério do Interior decretou que não haverá torcida visitante diante dos episódios de barbárie da semana passada, na praia do Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro. No entanto, há alvinegros desembarcando em Montevidéu e a caminho da capital do Uruguai. Além disso, a Conmebol não se pronunciou oficialmente, e o Glorioso promete se posicionar em breve.
Na última quarta-feira (23), cerca de 250 torcedores do Peñarol foram detidos, enfim, após protagonizarem cenas de selvageria – 21 ainda estão no Brasil. Houve saques, roubos contra trabalhadores, depredações e gestos racistas na orla. Com a segurança em xeque e temendo represálias, os seguidores da Estrela Solitária adotam cautela máxima. O Jogada10 ouviu o coordenador de uma das caravanas alvinegras para Montevidéu. Com jogo ou não, a ordem é ficar na disciplina e deixar a festa para o estádio, claro, se houver público visitante.
“Janelas e cortinas fechadas. Ninguém vai andar com a camisa do Botafogo. Temos que evitar qualquer tipo de gracinha. Não somos nenhuma torcida organizada e não temos vínculos com elas. Viajamos com mulheres e idosos. Pedi ao meu grupo que não ande com a camisa do Botafogo e não tire sarro com os uruguaios. Sem piadinhas para não criar nenhum clima hostil. Não queremos colocar ninguém em risco”, avisou Allan Alves, responsável pelos “Botafoguenses no RS”, coletivo de alvinegros que sairá de Porto Alegre na noite desta terça-feira (29).
Assim como o Peñarol no Estádio Nilton Santos, o Botafogo teve direito a comercializar 4 mil ingressos para a partida. Contudo, ainda há entradas à venda para os seguidores do Mais Tradicional.
‘O Uruguai é um país amistoso, mas…’
Publicitário, Felipe Souza estará no Uruguai com um primo e dois amigos. Ao J10, o torcedor alvinegro lembrou que este tipo de viagem não é para turismo.
“Pretendo não usar a camisa do Botafogo. Estou preocupado. Não quero dar bobeira. Quero evitar qualquer tipo de inconveniente. Não quero desfilar com ela, não. O Uruguai é um país amistoso. Mas as pessoas falam que o Peñarol tem a torcida mais violenta da América do Sul”, afirmou.
Há torcedores, entretanto, que arriscam usar a camisa do Glorioso.
“Vou chegar com um casaco do Botafogo quando for a Colônia de Sacramento e, depois, usar a camisa na quarta”, colocou o ortopedista Raphael Siciliano, em contato com a reportagem no domingo.
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