A volta dos torcedores do Peñarol ao Uruguai tem sido, de acordo com relatos, tão complexa quanto a permanência no Brasil. Os ‘carboneros’ que retornam de ônibus ao país estão relatando à mídia local uma série de descasos da polícia brasileira com crianças e mulheres grávidas. Segundo informações, há uma ordem judicial para que uruguaios sejam impedidos de parar o veículo até a fronteira – seja para ir ao banheiro ou beber água.
Uma mulher chamada Maria, torcedora do Peñarol, detalhou a situação inóspita à Rádio Carve Deportiva. Segundo a adepta, o grupo está há mais de 30 horas no ônibus, entre grávidas e crianças, e houve casos de desmaio.
“Estamos dentro do ônibus há mais de 30 horas, e há uma ordem de juiz [brasileiro] para que até chegarmos à fronteira [Brasil/Uruguai] não possamos parar, nem para beber água ou ir ao banheiro. Há crianças e mulheres grávidas no ônibus. Teve gente que desmaiou”, contou.
O ônibus dos carboneros se tornou alvo durante o caos na praia do Recreio, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e por isso circula sem algumas janelas. No vídeo, é possível ver que os uruguaios utilizaram peças de roupas e cobertores como proteção no lugar dos vidros.
Torcedores do Peñarol que retornaram de ônibus ao Uruguai, depois do jogo contra o Botafogo, relataram que a polícia brasileira não os deixaram comprar água ou comida durante as trocas de escolta.
Muitos, torcedores, acabaram passando mal e vindo até a desmaiar.
Via:… pic.twitter.com/Nj0nRuyxm5
— LIBERTA DEPRE (@liberta___depre) October 25, 2024
‘Dia D’ para torcedores do Peñarol
Jorge Barrera, ex-presidente do Peñarol e ex-membro da Câmara de Representantes do Uruguai, falou sobre o caso nesta sexta-feira (25). O advogado disse que está sendo feito um trabalho intenso na esfera jurídica em prol dos uruguaios e que hoje, 25 de outubro, ficará definido se haverá prisão preventiva.
“Hoje está definido quais crimes podem ser imputados e se haverá prisão preventiva”, disse à Rádio.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro vai realizar nesta sexta-feira (2) audiências de custódia de 20 uruguaios envolvidos nos conflitos pela cidade. Posteriormente, os processos passarão para o Juizado Especial do Torcedor e para as Varas Criminais Especializadas em Organização Criminosa.
De acordo com o Tribunal, os detidos cometeram atos de violência e desrespeitaram artigos previstos no Estatuto do Torcedor. Vale destacar que as cenas de violência protagonizadas na praia do Recreio resultaram na detenção de mais de 200 torcedores do Peñarol.
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