Transição para a SAF, São Januário e 777 Partners: dirigentes do Vasco tiram dúvidas sobre proposta vinculante

Depois da apresentação da 777 Partners no Conselho Deliberativo, chegou a vez do clube se manifestar sobre a proposta de compra da SAF por parte do grupo norte-americano. Os vice-presidentes Carlos Osório e Roberto Duque Estrada estiveram à disposição dos jornalistas para tirar algumas dúvidas que ficaram de ontem para hoje. Dentre as respostas, a revelação de que o Vasco vai poder se transformar em SAF mesmo com a Série B em disputa.

777 Partners detalha termos da proposta para a compra da SAF do Vasco

“Uma coisa importante é que a CBF autorizou a transferência dos direitos federativos de todos os jogadores que estão disputando a Série B antes do fim do campeonato. Eles atenderam essa demanda que não era apenas do Vasco. Não vai ser necessário então fazer dois aportes, o Vasco vai aportar seus ativos de uma única vez”, revelou Roberto Duque Estada, que explicou como será a constituição da Vasco SAF.

“Temos duas pessoas jurídicas, a associação Vasco da Gama e a 777 Partners. Elas vão se reunir e criar uma terceira entidade, que é a Vasco da Gama Sociedade Anônima do Futebol. O Vasco contribui para a SAF com seus ativos e passivos do futebol, e a 777 entra com o investimento, que são os R$ 700 milhões já noticiado. O investidor tem até 36 meses para fazer esse aporte, com obrigação de aportes mínimos a cada ano”.

O 1º vice-presidente Carlos Osório explicou como vai funcionar a transição dos atletas e funcionários do Vasco como clube, para a Vasco SAF.

“Aprovada a SAF, imediatamente será constituída a Vasco da Gama Sociedade Anônima do Futebol. Os ativos do futebol serão incorporados a essa empresa, como atletas, funcionários, toda essa estrutura, que terá a responsabilidade de conduzir o futebol. O Vasco e a 777 estão alinhados e tudo será feito com a absoluta tranquilidade para conseguir o objetivo que é subir para a Série A. A SAF vai precisar de um departamento de marketing, financeiro. Então todos vão continuar trabalhando e ao longo do segundo semestre, os profissionais migram e no final do ano, teremos uma configuração definida. A partir do ano que vem, será uma vida nova para ambos, tanto clube, como SAF”.

O dirigente ainda explicou os motivos que fizeram o Vasco a ir pelo caminho da criação da SAF. Para Osório, o clube vive um ciclo vicioso negativo e para rompê-lo, é necessário a ajuda de um parceiro.

“O Vasco não tem recursos suficientes para investir nas equipes de futebol para que possa conseguir os resultados que a torcida espera e merece. Vivemos um ciclo vicioso negativo. Asfixiado financeiramente, montamos equipes fracas, com baixo rendimento esportivo, baixa receita e baixo engajamento. A SAF chega para romper isso e criar um ciclo virtuoso. O Vasco está fazendo a sua SAF para disputar os maiores títulos. Metas objetivas e claras até 2026 em investimentos financeiros. A partir de 2027 as metas são esportivas. A meta é estar entre os cinco maiores do Brasil. Os recursos estão garantidos para o círculo virtuoso se firmar”.

Com o intuito de sanar as dívidas dos torcedores, o Vasco criou um canal através do e-mail duvidas.saf@vasco.com.br e espera realizar uma audiência pública, com transmissão da Vasco TV, com a participação dos vascaínos.

Mais respostas dos dirigentes

Trabalho da Comissão da SAF, que é presidida por Roberto Duque Estrada
“Comissão foi dividida em três grupos. Eu tenho um acordo de investimentos, entre Vasco e 777 Partners. O contrato diz sobre o investimento, que será feito em uma SAF, como uma S.A. regida por um estatuto, que é o do Vasco. Existe também um acordo de acionistas. Licença de uso da marca, a SAF, como vai colocar essa marca, existe uma remuneração e para isso tem um contrato. Tem São Januário e ela vai manter todos os custos do complexo. Outro contrato fala sobre os CTs. Ela vai usar esses locais e vai realizar investimentos e isso está em mais um contrato. Transição entre SAF e Vasco e para isso tem um contrato. Imagino que não usaremos os outros 10, mas vai passar de 15 dias, prazo que termina na próxima segunda-feira”.

Formas de receitas do clube associativo
“Um valor fixo do aluguel de São Januário e a retirada do ônus dos custos de manutenção do complexo. Tem também os royalties, que são valores fixos, que possuem algumas variações e ainda tem o sócio estatutário. O sócio tem que saber da sua importância e da responsabilidade que ele vai continuar tendo. Com os esportes olímpicos também se pode ter outras fontes de receitas. Os sócios estatutários poderão fazer uso das sedes. A SAF indo bem a instituição terá participação dos dividendos. O Vasco vai participar em todo o licenciamento do clube, inclusive com o futebol”. (Roberto Duque Estrada)

São Januário
“Como conceito, no início da negociação, o Vasco não abriria mão da propriedade de São Januário. Alguns investidores não entenderam sobre isso, mas a 777 concordou quanto a isso. São Januário segue com o Vasco. O custo total passa para a SAF, da segurança, à limpeza, luz e água, da SAF. Jogo de basquete, o estacionamento estará liberado para a instituição e vice-versa. Se o Vasco encontrar recursos para bancar essa reforma, ele passará a ser mais valioso e terá que ter reajuste no aluguel. Agora se for a SAF que irá investir, eles vão colocar o dinheiro adicional e poderão discutir a possibilidade de adquirir o complexo de São Januário. Se essa discussão surgir lá na frente, terá que passar pelos sócios, como está ocorrendo agora. O arrendamento será para a SAF, na qual o clube tem participação efetiva e não para a 777 Partners”.

Pagamento da dívida
“A dívida do Vasco existe de diversas naturezas. Nós temos a dívida bancária, que é cara, com juros altos. Tem a dívida trabalhista, que está no RCE, que permite ser paga parceladamente, destinando 20% das receitas da SAF, as dívidas cíveis também estão no RCE. Quem assume a dívida é a SAF com 100% do pagamento em até R$ 700 milhões. Elas vão buscar renegociar algumas dívidas e conseguir algum desconto”.

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