Futebol Internacional

Treinador nos EUA, brasileiro analisa o presente e o futuro do futebol no país

Formado em Educação Física na Universidade Federal do Rio de Janeiro e com experiência como assistente de treinador do time de futsal sub-17 do Flamengo, o carioca Bruno de Carvalho Conteville está em San Diego, na Califórnia, EUA. Treina meninas que sonham em um dia se tornarem jogadoras profissionais em um dos principais clubes da região, o San Diego Surf Soccer Club.

 

Treinando três times de meninas de idades entre 9 e 11 anos, o brasileiro vem se destacando no cenário do futebol na cidade. Pela equipe, somente neste ano, ele conquistou os títulos da Albion Cup Girls e da Carlsbad Cup Girls, além de vice-campeonatos em outras competições. Pelo nível visto por ele nos torneios de base, o futebol feminino americano deve reinar por algumas gerações.

Bruno trabalha com crianças nos EUA desde 2015 – Divulgação

Vale destacar que a seleção feminina do país é a maior potência mundial, com quatro títulos de Copas do Mundo.

“O futebol aqui tem uma importância e um impacto na sociedade bem menor do que no Brasil. Por conta de terem muitas opções para praticar esportes e pelo fato de o país ser muito grande e o inverno bem rigoroso em muitos lugares, porém mesmo assim o futebol feminino vem crescendo muito. Um dos grandes motivos do sucesso americano no futebol feminino é o incentivo ao esporte desde cedo”, explica o treinador brasileiro.

“A seleção feminina tem tudo pra se manter no topo por muito tempo. Isso pelo nível do futebol feminino mundial e pelo nível do futebol jogado aqui desde as idades muito novas. Há muitos talentos e, o principal, com ídolos, o que na minha opinião é o principal combustível para impulsionar um atleta que almeja ser profissional”, completa Bruno Conteville.

Premier League em alta nos EUA

Ainda segundo o brasileiro, o futebol britânico, capitaneado pela Premier League, é o mais acompanhado pelos fãs do futebol local, e, naturalmente, o estilo de jogo inglês é a principal referência; porém seu estilo brasileiro tem conquistado a comunidade e os resultados começam a aparecer.

“É lógico que a nossa cultura e a forma como o brasileiro vê o futebol é o meu grande diferencial aqui. O jeito alegre e imprevisível de jogar é o que torna o jogador brasileiro diferenciado. E é baseado nesse processo brasileiro que eu trabalho por aqui”, revela.

“Os EUA têm formado muitos jogadores fortes e rápidos, uma escola muito parecida com os ingleses no passado, não dessa nova geração, mas o futebol de bola longa e correria. Sinto falta de jogadores que controlam o jogo, pisam na bola e jogam de cabeça erguida, que tenham aquele toque diferente. Aqui faltam jogadores imprevisíveis, uma tomada de decisão que ninguém espera, um drible desconcertante, aquele passe que ninguém espera. E trabalhando com essas meninas desde cedo tenho tudo o que preciso para tornar essas jogadoras diferentes das demais e garantir que o futebol feminino americano continue por muitos anos no topo”, projeta.

Bolsa é alternativa

O futebol feminino nos EUA é gigante no âmbito profissional, mas uma outra alternativa muito comum são as bolsas de estudos em faculdades por todo o território.

“Quando cheguei aqui eu passei por diversos níveis de futebol diferente, da escolinha até jogadores de faculdade. Mas hoje trabalho em um clube que tem uma grande força nesse sentido de bolsas de estudo para os atletas. E tudo isso começa nas idades mais novas e é aí que meu trabalho entra. Minha experiência com futsal e com futebol aqui nos EUA me faz ser diferente dos demais treinadores da região. O San Diego Surf Soccer Club teve mais de 30 atletas selecionados para universidades por todo o território americano. Mas entre esses atletas, pelo menos uns 10 selecionados para seleções de base americana disse, para concluir:

“Assim, tenho orgulho de fazer parte desse projeto e poder ajudar esses jovens a alcançarem seus objetivos. Seja na faculdade ou no profissional, tenho todos os requisitos para ajudar nesse processo, incluindo fundamentos básicos com bola, coordenação básica sem bola e com bola, técnica apurada de execução dos fundamentos sob pressão, velocidade de raciocínio e de execução”

Para ele, o treinador é reconhecido, não só financeiramente falando, mas o respeito e a importância do treinador aqui nos EUA são bem diferentes.

“Esse foi um dos motivos de eu ter decidido vir para cá. Dessa forma, a vida do treinador aqui é bem diferente do Brasil. Estou muito feliz com essa escolha de vir morar aqui. Assim,  espero continuar por muitos anos ajudando essas crianças a chegarem ao topo”, finaliza.

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Gabriel Rodrigues

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