Felipe David Rocha

Um basta ao show de horrores

O Brasil vê uma escalada de casos de violência relacionados ao futebol. E um dos elementos que contribuem para a frequência destes episódios é a impunidade. Neste cenário, as duas maiores torcidas do Brasil desfilaram nesta semana um verdadeiro show de horrores em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Por mais que o Estatuto do Torcedor seja severo no tocante às medidas de controle, a sensação que temos é a de que ele é pouco aplicado. Enquanto na Inglaterra, a Justiça já chegou a prender 3 mil torcedores em um ano, os chamados “hooligans”, no Brasil não se prende sequer 1% da quantidade informada acima.

Cássio e sua esposa foram alvos de ameaças de morte em rede social – Rodrigo Coca/Agência Corinthians

O que alguns torcedores corintianos fizeram com Cássio, um dos maiores ídolos do clube, na última quinta-feira, foi inadmissível. Depois das ameaças de morte, o que será preciso ainda acontecer para que o goleiro decida logo buscar novos ares em um outro estado?

E o que falar de parte da torcida do Flamengo que, um dia após o ocorrido com Cássio, foi ao CT e “acabou o amor” com o time de estrelas? Sobrou até Gabigol, o ídolo mais recente do clube. Apenas Arrascaeta foi poupado da ira dos rubro-negros.

Até quando os limites serão ultrapassados e, acima de tudo, desrespeitados? Até quando a paixão desenfreada pelo futebol servirá de desculpa esfarrapada para o cometimento de atrocidades?

O que diferencia o resultado experimentado da Europa para o Brasil é a aplicação da norma. O Velho Continente faz excelente uso da tecnologia para fiscalizar a serventia das leis, inclusive nos estádios. O cumprimento rigoroso destas é mais eficiente do que as medidas como a adoção de torcida única, como acontece em São Paulo, por exemplo, desde 2016.

Lugar de protesto é na arquibancada. E agir com covardia na frente do CT ou nas redes sociais é manchar a linda história de dois clubes que presentearam o país com grandes conquistas e festas inesquecíveis década após década.

Enquanto os clubes não falarem a mesma língua neste quesito, nada vai mudar.

Bater o martelo e não entrar em campo é uma atitude que já deveria ter sido tomada há tempos no nosso futebol.

O principal produto futebolístico nacional, o Brasileirão “tipo exportação”, começa neste sábado.

Tem data melhor para marcar o início do “Basta à violência no futebol”?

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jogada10.

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Felipe David

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