Um dia na vida de dois gênios da bola

Há dez anos, quando Neymar e Ronaldinho Gaúcho travaram o duelo espetacular de forças, surgiu a formidável esperança de reunir a dupla na Seleção, para torná-la, quem sabe, invencível na próxima Copa do Mundo, que, afinal de contas, estava prevista para o território nacional.

Neymar, já campeão da Copa do Brasil e bicampeão paulista, correspondeu, sem dúvidas, à expectativa geral, nos próximos anos. Ganhou a Libertadores pelo Peixe, e seguiu para o então poderoso Barcelona, no qual também conquistou muitos títulos. Ronaldinho Gaúcho, nem tanto. Venceu a partida por 5 a 4, mas a médio prazo acabou naufragando no Flamengo, do qual saiu pela porta dos fundos. E não brilhou mais na Seleção.

O que ocorreu depois do jogo, que está entre os 10 mais sensacionais da história do Brasileiro, não apaga, de forma alguma, o espetáculo oferecido pelos dois craques e pelos clubes, é claro, mas Neymar, na prática, ainda não fez, no Paris Saint-Germain, e com a camisa verde e amarela, o que dele se espera, ou seja, ganhar a Liga dos Campeões da Europa, e a própria Copa do Mundo, essa após as duas edições que já disputou.

A propósito, o Flamengo de Vanderlei Luxemburgo chegou em quarto lugar no Brasileiro, e o Santos de Muricy Ramalho apenas em 11º, o que deixa evidente que aquele duelo não foi nada além de uma dessas situações que só o imponderável do futebol pode oferecer.

Na realidade, se o torcedor mais atento, ou curioso, fizer um passeio pela trajetória de 62 anos do campeonato vai descobrir vários jogos com tal placar, e recheados de emoções, o que prova que foi justamente a expectativa gerada pelo que ambos proporcionaram que tornou o encontro de craques absolutamente inesquecível.

Sim ainda é possível aguardar um bis de Neymar. Mas de Ronaldinho Gaúcho apenas o teipe de seus muitos e melhores momentos.

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