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A impressionante goleada de 4 a 0, que deveria exigir muitos protestos da torcida do São Paulo, tal a situação para um clube de sua grandeza, não pode criar falsas ilusões no Flamengo. Pelo contrário, o que resta é decidir a Libertadores, quando o Rubro-Negro enfrentará um time de verdade, que recebe investimentos absurdos, vive boa fase, e que, vale lembrar, é o atual campeão do torneio. O São Paulo de hoje é uma caricatura. Nada além. A tabela deixa isso evidente. E o Flamengo iniciou um processo de desconstrução, que ainda pode ser corrigido, quando faltam 15 dias para o duelo com o Palmeiras. Uma sequência de partidas com tal seriedade, um conjunto de ouvidos surdos às palavras de Renato Gaúcho, e a presença de Arrascaeta, é claro, são fundamentais.

O Flamengo fez 2 a 0 com três minutos. Gabriel e Bruno Henrique. O São Paulo teve um atacante expulso aos oito. O jogo, vez por outra, é muito desgastante. Não há o que discutir em uma entrada criminosa – Calleri em David Luiz – daquelas. E o time tricolor ainda tentou fazê-lo. Mas não é à toa que o futebol é o esporte mais popular do mundo.

Uma partida da qual se espera pouco, dadas as circunstâncias, e apesar de grande público no estádio, oferece forte emoção com menos de dez minutos. O próprio Flamengo, com um punhado de jogadores experientes, ficou assustado. Pouco? Sim. A equipe da casa com péssima campanha, brigando contra a Série B, e a visitante cumprindo tabela.

Voltando à realidade, estava tão tranquilo, que ao contrário do que ocorrera contra o Atlético Paranaense, quando teve o jogo na mão, o Flamengo fez o terceiro. E o Tricolor, sem qualquer noção de como acertar, e com um a menos, orava a todos os deuses pelo intervalo. Sem exagero, dava para fazer quatro, ou cinco. Pior: os jogadores do São Paulo resolveram reclamar do jeito que Michael matou a bola. Providência absolutamente ridícula. O que seria de Pelé? E de Garrincha? E de Didi? Seriam fuzilados. Leandro Vuaden, sábio, encerrou o primeiro tempo, do qual, aliás, se esperava pouco.

Resta saber, agora, o que fará Rogério Ceni para modificar o panorama. Na etapa final, o técnico, sem muita opção, lançou mais dois atacantes. E mandou o time ir para frente. Mas cobertor curto, no futebol, é muito antigo. Aos nove, Michael fez 4 a 0. Restava adivinhar qual seria o placar. E a impressão é a de que o Flamengo evitou um resultado absurdo. Os caras são profissionais. E sabem, infelizmente, que um 6 a 0, por exemplo, levaria às cenas registradas semana passada no estádio do Grêmio, com vândalos agredindo, ameaças de morte, enfim… A coisa ficou de bom tamanho.

Uma pergunta: o que essa gente vê em Andreas Pereira? E a propósito: Luiz Carlos Júnior errou. Rogério Ceni conquistou quatro títulos. Taça Guanabara também é. Os rivais, quando ganham, compram o pôster e penduram na parede. Curiosamente, para o Flamengo, nunca vale.

*As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do site Jogada10.

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