Botafogo

Vaias, baixo aproveitamento e futuro incerto: veja a situação de Bruno Lage

Mais do que a disputa pelo título com a bola rolando, o Botafogo tem que resolver um problema extracampo complexo: a permanência ou não de Bruno Lage até o fim da temporada. Por ora, as informações dão conta de que o técnico será mantido, até por ainda ter, a princípio, o respaldo do proprietário de SAF do clube, John Textor. No entanto, o baixo aproveitamento de pontos e algumas decisões impopulares e ineficazes causam cada vez mais desgaste com elenco e, principalmente, com a torcida.

Afinal, o português recebeu vaias antes e depois do empate com o Goiás. A principal saia-justa, em quase três meses de trabalho, ocorreu justamente na noite de segunda-feira, com a barração de Tiquinho Soares, artilheiro do Brasileirão e referência técnica do time. O argumento de Lage, na coletiva de imprensa, no Nilton Santos, é que o camisa 9 ainda não está em sua melhor forma fisica, após superar uma lesão de gravidade média no joelho direito. Só que já faz um mês desde seu retorno.

Os alvinegros se mobilizaram nas redes sociais para o #TiquinhoDay e, ao ver a escalação no telão do estádio, o clima mudou. O apoio e a energia do treino aberto do último sábado se transformaram em pressão e impaciência com a má atuação no primeiro tempo. O Botafogo, por sinal, esteve perdendo há cerca de 30 minutos para um adversário que estava na zona de rebaixamento. Antes, na preleção, os próprios jogadores não teriam compreendido a decisão, mesmo porque o centroavante treinou entre os titulares durante toda a semana.

Aproveitamento bem abaixo de 50%

A entrada de Tiquinho com gol logo no início do segundo tempo, enfim, salvou o português e o clube de entrar de vez em uma crise, com o vexame de quatro derrotas consecutivas na competição. Mesmo em má fase, o Glorioso sustenta sete pontos de vantagem na liderança.

Os números recentes, porém, não são nada animadores. Afinal, Bruno Lage tem somente quatro vitórias em 15 jogos – houve também sete empates e quatro derrotas. Ou seja, o aproveitamento é de 47%, abaixo do que a campanha dos dez primeiros colocados. No recorte do returno, a situação é ainda pior – o Botafogo ocupa o 16º lugar. Há duas partidas, o time não vence no “tapetinho” – onde chegou a dez triunfos seguidos.

Torcida do Botafogo deu show nas arquibancadas, mas ficou na bronca com técnico – Foto: Vitor Silva/Botafogo

“Quem nos garante que se tivesse uma continuidade haveria 100% de vitória (em casa)? É jogo a jogo com 20 equipes muito competitivas. Já houve algum campeão do Brasileirão com 100% de vitórias em casa? Já alertei para não comparar o percurso dos jogadores com o percurso do Bruno. (…) No final do campeonato podemos ver isso como altos e baixos e que seja um baixo que está a prolongar. Mas que seja um baixo de uma equipe a sempre a subir e terminar na posição que começou (primeiro)”, rebateu Lage, sem admitir o baixo rendimento.

Bruno Lage responde com mais perguntas

Com mais perguntas do que soluções, o técnico defendeu a equipe e alegou que poucos concorrentes estão vencendo. Dessa forma, mesmo cedendo sem achar os caminhos dos gols, o Botafogo ainda não foi realmente ameaçado por Palmeiras, Grêmio, Red Bull Bragantino e Fluminense. Por outro lado, ainda faltam 13 rodadas para o fim do Brasileirão e muita coisa pode mudar.

“A pressão do Botafogo surge em função de estar na posição que está. E com alguns pontos de vantagem as pessoas querem que aconteça o mais rápido possível (título). Independente disso (empate) conseguimos mais um ponto. A pressão tem em todo lado. Quem venceu essa rodada? Como fazer isso se a outra equipe está debaixo da baliza? Temos que ter outros argumentos. Temos que ter outra capacidade para ter outras oportunidades de criar chances de gols”, declarou.

Aplausos polêmicos às vaias

Em relação às vaias, Bruno Lage garante que os aplausos em direção ao público, após o apito final, foram de reconhecimento à presença do torcedor e ao apoio à equipe durante os 90 minutos, independentemente.

“As palmas foram de apoio. A torcida pode vaiar quem eles entenderem. Eu estou agradecedo o fato deles seguirem apoiando a equipe. Eu não tenho dupla cara, não sou hipócrita, tenho falado da forma como os torcedores apoiam a equipe. E tem o meu agradecimento de terem nos apoiado. A maneira como me queiram tratar é completamente indiferente”.

De folga nesta terça, o Botafogo volta aos trabalhos apenas na quarta-feira, de olho no clássico contra o Fluminense, na próxima segunda-feira, no Maracanã. Tempo para colocar a cabeça no lugar e tentar virar o jogo para o treinador português.

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Andre Casado

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