A coletiva do presidente Pedrinho, nesta quinta-feira (14), em São Januário, durou exatas três horas. Além dos tópicos citados, como investidores para a SAF do clube, e a intenção do mandatário na venda, Pedrinho falou sobre muitos assuntos que geram dúvidas no torcedor vascaíno.
Veja, então, o que o presidente falou sobre Payet, Vegetti, Coutinho, Rafael Paiva, além de assuntos sobre planejamento esportivo para 2025, departamento de scout, arbitragem da FGV entre Vasco e A-CAP, reforma de São Januário e Centro de Treinamento.
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Outros tópicos do presidente Pedrinho
Arbitragem na FGV
A gente tem que dar autorização para a venda dos 31% da A-CAP. Os 39% estão na arbitragem. Toda a possibilidade da venda desses 39%, a arbitragem tem que ter ciência disso. Ou seja, se tiver acordo desses 39% de venda, ele vai acontecer dentro da arbitragem. Quando você tem a supervisão feita pela arbitragem, isso aumenta a segurança do Vasco, diminui os riscos e aumenta a segurança também do investidor. Porque o ambiente é controlado pela Justiça. Então todo processo legal entre Vasco, A-CAP, 777, está supervisionado por uma decisão da arbitragem, então está blindado. Não tem problema nenhum. As pessoas estão confundindo esse momento de 31%, 39% da arbitragem. O que a gente fez com a liminar foi dar segurança jurídica. E estando na arbitragem, isso aumenta muito mais.
Investidor e dívidas
O que a gente precisa é de um investidor. A gente está falando de um clube de futebol que está com mais de um bilhão (de reais) de dívidas. Que aumentou sua dívida mesmo com um aporte de R$ 310 milhões. Eu não gostaria, e é isso que as pessoas têm que entender, porque elas acham que é desculpa. Na cabeça das pessoas e eu vou ser repetitivo, então ‘bingo para todo mundo’, as pessoas acham que eu estou dando ‘desculpinha’, lamentando. Não! Eu sou perguntado, você me fez uma pergunta, e eu tenho que falar novamente sobre o assunto. Eu gostaria de falar para vocês que eu tinha milhões para investir, que eu queria fazer um time super potente, que eu queria estar competitivo, que eu queria ganhar a Copa do Brasil. Não vou fazer isso! Nós temos que passar por esse processo. Se o investidor chegar, a gente acelera esse processo. Se o investidor não chegar, o clube tem que andar. O que eu tenho que ter é responsabilidade que nunca tiveram. Eu não estou pedindo paciência para o torcedor e eu não vou pedir. Porque eu não tenho! Temos que passar por isso. Com paciência ou sem paciência, a gente tem que passar por esse processo. Agora a gente está trabalhando firmemente paralelo a isso para encontrar um investidor.
Prestação de contas pela venda da SAF
O conselho de investigação vai falar para a gente o que aconteceu. A gente só precisa entender o mecanismo da venda. Só isso. Não pregamos transparência? Então precisamos entender o que aconteceu. Se não aconteceu nada, ótimo. É o que a gente espera, que não tenha acontecido nada. Se não aconteceu, eles vão ter que prestar contas. É bom citar aqui. Senhor (Jorge) Salgado, senhor Vitor Roma, senhor Luiz Mello, senhor Adriano Mendes, senhor Julio Brant. Esses caras têm que prestar contas, pô. E eu falo de quem e o porquê. Porque se não acontecer uma investigação, a gente vai normalizar o que foi feito aqui. Então, enfim, o cenário é esse.
Contratações em 2024
Deixamos a desejar na janela de transferências. Não em relação ao Maxime (Dominguez) e ao Jean David, mas em outros tópicos. Eu garanto que eles dois são bons jogadores.
Planejamento 2025 e Rafael Paiva
Já está sendo feito há mais de dois meses. Mapeamento de jogador, necessidade de posições, perfil dentro do orçamento que o Amodeo (CEO) passa, está tudo sendo planejado. O planejamento de identificação dos jogadores que chegam de empréstimo e podem ficar ou não; jogadores que terminam o contrato e possível contratações. Em relação à continuação ou não (de Rafael Paiva), o trabalho está sendo avaliado e, no término da competição, a gente vai dar a diretriz do que vai ser a próxima temporada.
Reforma de São Januário
Eu assumo essa responsabilidade porque eu falei que ela iria começar em janeiro. Eu fiz muita força com a prefeitura do Rio de Janeiro, fui muitas vezes na Câmara dos Vereadores, pedi para acelerar o processo, porque eu tinha 100% de certeza que a gente estava fechado com um comprador total, se não me engano. Então estava tudo muito certo, só que a gente não tinha assinado. E abriram outras oportunidades de outros lugares de potencial. E, como um negócio, o possível comprador saiu da mesa. E aí eu assumo, porque estava muito certo mesmo. Só que negócio é negócio, mas não estava assinado. Mas serviu como experiência e eu assumo essa responsabilidade de não começar em janeiro.
Plano para reestruturar o CT
Até com a obra, a gente está tentando estruturar a questão do outro terreno, que é nosso, para a gente fazer um complexo único porque isso facilita tudo, até em economia, você ter tudo no mesmo lugar. Na questão do CT, o Vasco não tem uma parte molhada. Isso é inacreditável. Mesmo sem investidor, já estamos levando pessoas lá para, se tudo der certo, iniciar a parte molhada dentro do CT para a próxima temporada. O jogador hoje prefere ir para um lugar para a estrutura e de repente até num clube inferior ao Vasco. Mas ele prefere isso: estrutura e salário em dia.
Scout
A gente já fez algumas mudanças. A gente começa a entregar ali um perfil de atletas que a gente entende que sirva para o Vasco. Tem um ponto do que serve para o modelo de jogo do treinador e para o Vasco. Se os dois casarem, ótimo. Eu não posso fazer a vontade do treinador sendo que eu sei que o jogador só joga daquele jeito e aí o treinador vai embora, o jogador fica e não serve. O Fortaleza é um ótimo exemplo. Ele tem metade da nossa folha salarial. Se não me engano a folha dele é R$ 8 milhões, o Marcelo Paz foi muito assertivo nas contratações.
Vegetti
Com relação a números eu não vou falar. Mas o Vegetti tem um ótimo salário e tem contrato com gatilho até 2026. E é lógico que, se eu puder melhorar o salário dele, eu vou melhorar. Lógico que se se não causar danos, é claro. O que tem que ficar claro é que eu não vou melhorar nem diminuir salário de ninguém por desempenho. Se o jogador tem contrato até 2030 e ele joga bem e pede aumento, se jogar mal eu posso diminuir? Tenho muito carinho pelo Vegetti e minha intenção é melhorar as condições do contrato dele. Farei todo o esforço para isso. É um cara completamente profissional, do qual me identifiquei muito, sente a dor da derrota, o prazer da vitória. É um cara extraordinário no dia a dia.
Coutinho
Eu tenho muita pena no sentido dele se lesionar. Vocês não têm acesso aos treinamentos. Ele tem um comportamento diário muito parecido com o que eu tinha. Ele treina igual um cavalo, se mata de treinar. As pessoas passam para ele as métricas de intensidade e ele pede para treinar mais. E por isso às vezes ele se machuca, porque ele acha que tem que treinar o tempo inteiro. E ele está numa cobrança infernal. É muito injusto quando você vê um profissional que realmente ama realmente o Vasco da Gama, é uma pena ele se lesionar. A dedicação, o respeito dele pela Instituição é enorme. O meu desejo é que ele relaxe um pouquinho. Falei para ele: “Relaxa! Você está colocando o mundo em cima de você. Você está querendo consertar 40 anos de Vasco achando que você é culpado de tudo isso. Você não é culpado de nada.” Então é uma pena e espero que ele tenha uma sequência positiva agora.
Payet
A gente está falando de um jogador de 37 (anos). Coutinho tem 32. Todo trabalho que é feito pelo Daniel Félix (preparador físico), é muito forte. Quando a gente teve aquele nível do primeiro tempo contra o Bahia, a parte física não é questionada. E quando o time perde, a parte física é questionada. Então muitos jogos que a gente perdeu, a sensação que ficou é que a gente correu menos que os adversários. E quando a gente pega as métricas, a gente teve mais volume, mais intensidade, mas a sensação foi inversa. Nada mais é do que correr errado. Então não é uma questão física só. O Daniel se preocupa muito com o rendimento físico dos atletas. A questão da idade do Payet, ela pesa. Ainda mais a exigência emocional. E a questão do Coutinho, eu acabei de falar. Eu não posso exigir nada além do profissionalismo. Se ele jogar bem ou mal, é uma avaliação no término da temporada. Agora, a minha obrigação é que respeite a Instituição; que esteja no peso; e que treine de forma profissional. Essas são as minhas exigências. Se vai render ou não, futebol pode acontecer tudo. Provavelmente eu joguei muitos mais jogos ruins do que bons. Para mostrar para vocês que jamais eu vou usar artimanha para falar com atleta para que ele fique. O Payet tinha acordado com a 777 o número de passagens por ano para sua família. E isso não estava em contrato. Não havia obrigação nenhuma de cumprir aquilo. Eu chamei o Amodeo, foi confirmado que tinha sido combinado. Eu fui lá e paguei as passagens pro Payet, já duas vezes. Eu cheguei e falei para ele: “Payet, nada do que sai (na imprensa) é o que eu penso. O que eu penso você vai ouvir da minha boca”. E a gente teve essa conversa abertamente. “Eu não tenho intenção nenhuma de que você saia”. Toda avaliação ela é feita ao término da temporada. São dois jogadores caros que eu de repente não vou conseguir ter no elenco. Se os dois derem resposta, eu vou dar um jeito de ter os dois. Amodeu que se vire.
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