Um dia após o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) manter a interdição de São Januário para jogos com público, dirigentes do Vasco fizeram um pronunciamento oficial. Nesse sentido, o intuito é criar uma força-tarefa para tentar extinguir o processo o quanto antes. Para isso, aliás, existe em andamento no Ministério Público um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que envolve o início da preparação das catracas da Colina Histórica para receber os sistemas de biometria e reconhecimento facial.

Participaram da mesa, entre outros, Lúcio Barbosa (CEO da SAF), Jorge Salgado (presidente), Carlos Fonseca (presidente do Conselho Deliberativo), Vânia Rodrigues (presidente da Associação de Moradores da Barreira do Vasco) e Carlos Roberto Osório (1º vice-presidente geral). Além dos dirigentes do clube social e da SAF, a reunião contou com a presença de políticos da esfera municipal e estadual, que apoiam a volta do torcedor ao estádio, assim como membros de torcidas organizadas.

Dirigentes e políticos se unem com manifesto para liberar São Januário – Foto: Divulgação / Vasco

“Vocês puderam ter acesso ao estádio. As catracas estão sendo preparadas para biometria e reconhecimento facial. Óbvio que não vai ser um processo simples que será resolvido amanhã. Nós e o Ministério Público sabemos disso. O movimento que fizemos para o MP foi: estamos fazendo, não prometendo. Então, a gente acredita e espera que, despido de preconceito, o Ministério Público possa avaliar e chegar a um consenso com a gente. Para que possamos ajustar a conduta’ e chegar a um termo para a abertura de São Januário”, disse Carlos Fonseca, presidente do Conselho Deliberativo.

Clube tenta convencer Ministério Público

Em meio ao imbróglio, o Vasco procura convencer o Ministério Público a extinguir o processo. No momento, existe em andamento na entidade um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Um documento, por exemplo, que visa reverter a decisão da justiça e voltar a contar com o público no momento decisivo do Campeonato Brasileiro. O Cruz-Maltino também pretende recorrer da decisão da última quarta (30) no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.

Durante o pronunciamento, o presidente do Conselho Deliberativo, relembrou a luta histórica do clube para evitar a exclusão do Campeonato Carioca, por utilizar jogadores negros e pobres, e exaltou a resiliência do torcedor.

“Cem anos depois, quis Deus que tentassem desfiliar o Vasco, mais uma vez, por não ter estádio. O positivo é que o vascaíno é resiliente. Se não fôssemos, não teríamos chegado onde chegamos.”, afirmou Carlos Fonseca.

Vasco cria manifesto

Logo em seguida da reunição, o Gigante da Colina lançou oficialmente um ‘Manifesto pela Justiça e pela Dignidade’. O documento procura reforçar o posicionamento do clube contra a proibição da presença do torcedor em São Januário. Do mesmo modo que, em vários momentos, relembra a história de luta social da centenária instituição.

Sendo assim, o clube reiterou que a decisão da justiça é pautada em alegações de preconceito e violência à zona norte do Rio de Janeiro, região onde fica o estádio, e que são seletivas e sem embasamento. Aliás, o CEO, Lúcio Barbosa, salientou que o clube tem “o direito de jogar em casa, como os 20 clubes da Série A”.

“Essa proibição, embasada, em alegações eivadas de preconceitos, que apontam para a localização em área popular, a violência e as dificuldades de acesso como justificativas, é seletiva e discriminatória. Ignora-se, nesse contexto, que outros estádios de clubes da Série A permanecem abertos, mesmo tendo enfrentado recentes e mais gravosos problemas de segurança, inclusive no Rio de Janeiro”, diz o trecho do Manifesto publicado pelo Vasco nesta quinta-feira.

“O Vasco é o único clube, dentre os 20 que disputam a principal competição nacional, a estar impedido de disputar partidas em sua casa, ao lado de sua torcida, por decisão que extrapola os aspectos esportivos e o regulamento da competição”, afirma outro trecho do documento.

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