A permanência do Vasco na elite do futebol brasileiro é importante não só do ponto de vista esportivo, mas também pela saúde financeira. Afinal, se o Cruz-Maltino não ficar na Série A para 2024, a SAF perderá grande quantidade de receita, deixando, por exemplo, de ter a premiação do campeonato atual. Além de ver a redução das cotas de TV – hoje, gira entre R$ 70 e R$ 80 milhões para o clube.

Os valores que cada participante receberá ao fim da edição por suas posições na classificação já estão definidos. No caso do Gigante da Colina, o time só tem chance de acabar a última rodada em 15° ou 16° lugar, se escapar da degola. Assim, ganharia R$ 16,7 milhões ou R$ 16,2 milhões, respectivamente. Resta apenas o jogo contra o Bragantino, nesta quarta-feira (6), às 21h30, em São Januário.

Além disso, uma eventual queda no Campeonato Brasileiro afetaria o Vasco em outros níveis, além de premiação e cota de TV. A iminente diminuição de sócios-torcedores, arrecadação de bilheteria nas partidas e também da maioria dos contratos de patrocínios acarretariam em perda financeira ainda maior. Neste momento, a Crefisa, parceira do Palmeiras, conversa com Pedrinho, futuro presidente, tanto para o naming rights de São Januário, como para estampar o nome da empresa na camisa, caso os valores sejam maiores do que os da PixBet.

A própria situação de alguns jogadores do elenco precisaria ser analisada – muitos ganharam salários não compatíveis com uma folha de Série B. Fica a questão se a 777 Partners, sem a arrecadação esperada, seria capaz de manter a estrutura do futebol ou precisaria negociar os jogadores, parcialmente desvalorizados no caso do rebaixamento. A diretoria, por sinal, pode ter mudanças. Afinal, de acordo com o contrato com a empresa norte-americana, o Vasco institucional tem direito de exigir a demissão do CEO (Lúcio Barbosa) e do diretor (Paulo Bracks).

Último rebaixamento do Vasco

Por sinal, o Cruz-Maltino tem no que se pegar como exemplo em relação ao tamanho do prejuízo se o descenso se confirmar. Isso porque em 2021, quando a equipe estava prestes a iniciar na Segunda Divisão, o presidente Jorge Salgado comentou sobre a saúde financeira da instituição, à época. Ele fez questão de deixar claro que era necessário reformular o clube por completo.

Presidente Jorge Salgado, do Vasco, tem pela frente seu último mês no comando do clube – Foto: Rafael Ribeiro/Vasco

“Estamos prontos para começar um período de reestruturação, com muito trabalho, com muita luta. Vamos ter de combater o desperdício, fazer um ajuste muito grande do ponto de vista financeiro em todas as áreas. Atletas, funcionários, fornecedores. Agora é adequar o nosso orçamento, o endividamento aumentou R$ 100 milhões e a perda, com rebaixamento, de R$ 100 milhões. Então, são R$ 200 milhões contra”, disse Salgado, abrindo os valores na ocasião.

O que fazer para escapar?

O Vasco tem apenas mais a sua última partida pela frente na Série A deste ano. Recebe o Bragantino, nesta quarta-feira (6), e precisa somente de uma vitória simples se quiser ficar na elite do futebol brasileiro. No entanto, os cenários são analisados e uma derrota do Bahia para o Atlético-MG também já salva o Gigante da Colina. Os cariocas só não podem tropeçar em caso de triunfo do Tricolor de Salvador – assim, não escaparia pela combinação.

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