Depois de acumular mais uma derrota e eliminação na temporada – diante do Defensa y Justicia (ARG) pela Copa Sul-Americana –, o Vasco escancarou velhos problemas já conhecidos e longe de serem solucionados. Um deles é a limitação do elenco, com atletas que constantemente apresentam falhas técnicas – individuais e, nos últimos dois jogos, também coletivas. Porém, o que mais deve estar incomodando pelos ares de São Januário é a dependência do centroavante Germán Cano, responsável por metade dos gols (20) da equipe em 2020. Até agora, são 40 bolas na rede em 45 jogos disputados na temporada – média de apenas 0,88 por partida. A marca mais baixa entre os 20 clubes participantes da Série A do Brasileiro e a pior da história do Cruz-Maltino.

Ribamar não cansa de perder gols. Será que terá nova chance, agora contra o Grêmio? – Rafael Ribeiro (Vasco)

Até então a única vez em que o time de São Januário – em mais de seus 100 anos de futebol – havia registrado um desempenho ofensivo inferior a um gol por jogo fora há quase 50 anos, quando anotou 60 tentos nas 67 partidas que fez em 1971 –média de 0,89. Com 18 gols, Dé Aranha foi o grande artilheiro naquela ocasião.

Ainda em comparação com a atual temporada, 2017 foi o ano mais recente no qual o aproveitamento também deixou muito a desejar. Foram apenas 65 gols em 60 jogos, e média de 1,08 por partida.

No revés para o limitado time argentino (1 a 0), na última quinta, pelo torneio da Conmebol, o que mais chamou atenção foi o péssimo desempenho do ataque, principalmente com Ribamar, que desperdiçou quatro chances claras. Na última delas, o camisa 9 deu uma furada assombrosa na grande área. Seu companheiro de frente, o colombiano Gustavo Torres, também protagonizou um lance de pura infelicidade ao isolar a bola de frente para o goleiro Unsain. Das 14 finalizações do time – 11 de dentro da área -, apenas cinco foram na direção do gol e nenhuma na rede.

Do Ramonismo ao Pintonismo: ladeira abaixo

A média de gols, que já não era das melhores com Ramon Menezes (17 gols em 13 jogos: média de 1,27), caiu preocupantemente após a chegada de Ricardo Sá Pinto (oito gols em 11 jogos – média de 0,80). Sob o comando do português, o Vasco teve 89 finalizações (41 na direção do gol), com 14 grandes chances criadas. Com ele, o time sofreu 94 chutes (47 no gol), segundo dados do site SofaScore, especializado em estatísticas do futebol.

Sá Pinto já deixou clara a sua filosofia de jogo. Retranqueiro, seus times têm dificuldades para construir jogadas e vivem de chuveirinho na área. Foi assim no Braga, no Campeonato Português 19/20, quando sua equipe anotou apenas 16 gols em 14 jogos, o que corresponde a uma média de 1,14. Após a sua saída, o Braga passou de oitavo melhor ataque para terceiro, pulando do décimo para a terceira colocação na classificação.

Para o duelo deste domingo, pelo Brasileirão, diante do Grêmio, em Porto Alegre, o técnico cruz-maltino ainda não poderá contar com Cano, que segue se recuperando da Covid-19. Ribamar terá nova chance no ataque? A saber.

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