Proibido pela Justiça de receber público em São Januário por tempo indeterminado, o Vasco solicitou ao Botafogo o Estádio Nilton Santos para disputar o jogo contra o Fluminense, no próximo dia 16 de setembro. Os clubes dialogam sobre valores e logística, e um acordo deve sair em breve. No momento, o Cruz-Maltino também não tem o alvará da Polícia Militar para mandar clássicos em sua casa.
No mesmo dia, por sinal, também pela 23ª rodada do Brasileirão, o Glorioso enfrenta o Atlético-MG, na Arena MRV, em Belo Horizonte. Portanto, não haverá choque de datas. A única questão que incomoda o Vasco é a falta de costuma com o gramado sintético.
O Maracanã, principal opção cruz-maltina no Rio, está fechado para reparos no gramado. Por outro lado, há a opção de levar a partida para outro Estado, como o Mané Garrincha, de Brasília, ou o Estádio Kléber Andrade, em Cariacica-ES. Mas a diretoria reluta em ter que viajar.
Na tarde de quarta-feira, a Justiça do Rio decidiu, por 2 votos a 1, manter a interdição de São Januário para partidas com público. A alegação é que a estrutura de acessos e a região do estádio não oferecem segurança necessária. O Vasco, assim, já entrou com recurso no STF.
Com isso, o Vasco, sua torcida, a Federação do Rio, órgãos públicos, políticos e a Associação de Moradores da Barreira, comunidade próxima ao estádio, ficaram revoltados e vem se manifestando de diversas formas. Afinal, a alegação é que o veredito é parcial, elitista e tem teor preconceituoso, por conta do relatório do juiz Marcelo Rubiolli, que escreveu o seguinte: “…pela comunidade da barreira do Vasco, de onde houve comumente estampidos de disparos de armas de fogo oriundos do tráfico de drogas lá instalado”; e também que as ruas estreitas “sempre ficam lotadas de torcedores se embriagando”.
A tese dos desembargadores é a de que a reabertura só pode ocorrer mediante ao laudo da perícia, que sequer foi iniciada. Em outra frente, a diretoria cruz-maltina tenta agilizar as exigências em relação à biometria no estádio para entrar em acordo com o Ministério Público.
Tudo isso, aliás, começou com os incidentes na derrota para o Goiás, em 22 de junho, quando alguns torcedores atiraram sinalizadores no campo e entraram em confronto com a PM nos arredores. Já são 70 dias desde este fato.
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