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Foco nos 45 minutos: como o Vasco foi melhor que o Fluminense na Taça GB

A derrota do Vasco para o Fluminense, por 2 a 0, na Taça Guanabara ainda tem gosto amargo. Afinal, o time de São Januário dominou amplamente as ações na primeira etapa, mas pecou nas finalizações e acabou levando dois gols na metade final do segundo tempo. Neste sábado (06), vai ter a primeira oportunidade de revanche. Diante de um melhor momento técnico do rival, a saída para o time de Maurício Barbieri é olhar para aquele clássico e tirar as lições de como ser tão imponente novamente.

O Jogada10 preparou uma análise da partida de fevereiro, e também da última derrota do Tricolor em 2023, para entender quais são os principais caminhos que o Vasco pode explorar, desta vez, na partida no Maracanã.

Análise dos 45 minutos que deram certo

Na ocasião, o confronto com o Tricolor foi o primeiro grande teste do Cruz-Maltino na temporada, no início do processo de reformulação. E o Vasco surpreendeu positivamente. Barbieri escalou um trio de jogadores de marcação no meio de campo (Barros, Rodrigo e Galarza), com o objetivo de neutralizar o setor tricolor. A intenção também era se impor fisicamente.

A estratégia deu bastante certo na primeira etapa, tanto que o jovem volante Rodrigo saiu para o intervalo com cinco desarmes. Mesmo com maior posse de bola (54% a 46%), a equipe das Laranjeiras não conseguiu desenvolver seu jogo. O Vasco pressionou muito bem o adversário, várias vezes dobrando a marcação.

Martinelli e Pedro Raul em disputa de bola durante clássico entre Fluminense e Vasco – Daniel Ramalho/Vasco

O time buscava, também, as jogadas em velocidade pelos flancos. Pec e Alex Teixeira tiveram vantagem sobre os laterais tricolores. No fim da etapa, segundo o site “Footstats”, foram dez finalizações cruz-maltinas (contra somente uma do Flu), mas só três foram em direção a meta do rival. Inclusive, todas defendidas pelo goleiro Fábio. Ou seja, o maior problema foi a falta de pontaria.

Vasco perde o meio de campo na volta do intervalo

Para o segundo tempo, então, o técnico do Fluminense, Fernando Diniz, promoveu a entrada de Lima no lugar do jovem Arthur no setor criativo e igualou o jogo. Em duas falhas de marcação do Cruz-Maltino, o artilheiro Cano mostrou a eficácia de sempre e marcou os dois gols da partida – o segundo eles do meio de campo, supreendendo o goleiro Léo Jardim em um contragolpe.

A propósito, o time de São Januário até manteve o ímpeto ofensivo, chutou mais nove vezes, só que somente dois deles levaram perigo. Aliás, essa foi a partida na qual o comandados de Barbieri, proporcionalmente, mais desperdiçaram oportunidades na temporada. Ou seja, é considerada uma das melhores exibições, sobretudo nos 45 minutos iniciais, mas também guardou marcas negativas.

O volante Jair, ausente na ocasião, lembrou que o diferencial foi a falta de eficiência de seus companheiros. Aliás, o mesmo aconteceu com o Vasco na derrota para o Bahia, na última segunda-feira, já pelo Campeonato Brasileiro.

“Fizemos um grande jogo no Carioca contra o Fluminense. Tivemos várias oportunidades de gols. No fim, o Cano foi muito feliz nas oportunidades que teve. Acho que nós fomos muito bem, mas não aproveitamos as chances que tivemos”, analisou o camisa 8.

Barros, de 18 anos, foi titular contra o Flu no Carioca – Daniel Ramalho/VASCO

Escalação para este sábado

Daquela escalação, a base deve ser a mesma. Porém, o meio de campo tem tudo para ser bem diferente. Barros, que não vem sendo utilizado, e Galarza serão opções no banco desta vez. Andrey, que estava com a Seleção sub-20 em fevereiro, e Jair terão a missão de comandar o meio de campo, caso o treinador não resolva mudar de acordo com o adversário.

Por outro lado, Rodrigo pode ser titular mais uma vez contra o Fluminense, já que Marlon Gomes não foi bem contra o Bahia. Além disso, o clássico deste sábado exige uma pegada maior na marcação por conta da qualidade e da fase do Tricolor.

“Temos que tentar buscar um equilíbrio. Quando tivermos um jogo para propor mais, temos que tentar parar mais as jogadas, encurtar mais os espaços. No futebol é muito mais fácil marcar do que jogar. Passei muito tempo no Atlético jogando contra equipes que se defendiam muito bem. A gente tinha 20, 25 finalizações por jogo e às vezes não conseguia fazer o gol. Porque é difícil fazer gol contra equipes muito fechadas. Então temos que buscar esse equilíbrio para não tomarmos contra-ataques. Foi isso que aconteceu no último jogo (contra o Bahia)”, explicou Jair.

Fortaleza como exemplo recente

No decorrer de 2023, a alta competitividade permaneceu sendo destaque no Vasco em duelos com adversários mais poderosos. Inclusive, nos dois primeiros jogos da Série A, contra Atlético e Palmeiras, a equipe apresentou melhora significativa na conversão de chances de gols. Fato que deixa os torcedores esperançosos para essa outra partida com o Fluminense.

Além disso, o Cruz-Maltino pode se basear na estratégia usada pelo Fortaleza na última rodada, quando construiu um resultado positivo por 4 a 2. Por sinal, o volante Jair frisou o episódio, citando a equipe cearense duas vezes em sua entrevista no CT Moacyr Barbosa.

Marcação alta do Fortaleza no campo de ataque – Reprodução

O Leão do Pici apostou também no intenso volume de jogo. Na primeira etapa, executou a marcação sob pressão para recuperar a bola rapidamente no campo de ataque. Bem como apostou na individualização da marcação. O intuito era sufocar os jogadores do Tricolor Carioca, que acabaram pressionados e rifaram a bola mais do que o normal da cartilha do “Dinizismo”.

O técnico do Flu utilizou um time inicial alternativo. Colocou Arias e Ganso apenas no intervalo, e a sua equipe cresceu de rendimento. No entanto, os donos da casa compactaram o time no campo defensivo e exploraram os atacantes de velocidade com lançamentos longos. Com isso, pegaram a defesa adversária exposta várias vezes. No fim, marcaram dois gols em cada tempo.

Após roubada de bola, Hércules lança Moisés nas costas da defesa do Fluminense – Reprodução

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Carlos Berbert

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