Foi dada a largada para a “Era Lisca” no Vasco. Acompanhado pelo diretor executivo Alexandre Pássaro, o técnico foi apresentado oficialmente na manhã de sexta-feira (23) em São Januário. À tarde, no CT do Almirante, teve o primeiro contato com os jogadores e comandou o único treino antes de sua estreia neste sábado, às 21h, contra o Guarani.

Lisca comandou apenas um treino antes de sua estreia pelo Vasco na Série B – Vitor Brügger/Vasco

Ao ser indagado a respeito do apelido que o identifica desde os tempos em que dirigiu o Juventude-RS, Lisca “Doido” definiu a si mesmo como um “doido pelo futebol”, admitiu o desejo de conseguir o acesso na “maior oportunidade de sua carreira” e brincou ao envolver seus familiares na tomada de decisão.

“Se subirmos, vamos ver o que vai acontecer. Mas que vamos enlouquecer, nós vamos. Vamos endoidecer. Que vamos endoidecer, nós vamos (risos). A competição tem muitos pretendentes. Temos que ser mais competentes e superar muitos adversários. Temos que respeitá-los, mas não temer ninguém. Nosso objetivo é o acesso. Ser campeão também é um objetivo, mas o principal é o acesso. Na verdade são quatro campeões. Se pudermos ser campeões, melhor ainda. Pela grandeza e pela felicidade do torcedor”, disse ele para, logo em seguida, complementar:

“Cara, eu sou doido, mas sou doido pelo que faço, sou apaixonado pelo que faço. Descobri muito cedo a minha vocação, eu tinha 18 anos quando comecei a ser treinador nas escolinhas do Inter. E mudou completamente minha vida, meus paradigmas, pude conviver com uma série de pessoas totalmente diferentes do meu meio. Isso me identifica com o Vasco, a história do Vasco é linda, todos nós conhecemos, desde a renúncia histórica. Minhas filhas enlouqueceram com a história do Vasco. Tenho uma de 15 e outra de 12 anos, e essa geração é muito engajada nas causas. Elas falaram: ‘Vamos pro Vasco, pai. É o Vasco, pai’. Já vai acendendo essa doideira de paixão. Vivo o futebol com muita intensidade. O futebol mudou minha vida, propicia que eu possa ser um pai de família e que eu propicie situações para as minhas filhas e minha esposa que talvez jamais imaginamos. Acho que minha doideira vem muito disso”.

Aos 48 anos,  Lisca disse que a escolha pelo Vasco não foi uma tarefa difícil por se tratar de um objetivo profissional desde os seus primeiros passos no futebol.

“Trabalhar no Vasco é um sonho de criança. Talvez não somente meu, mas de todos os profissionais do futebol. A gente vem muito passear na Cidade Maravilhosa de vocês, mas foi sempre um objetivo trabalhar num grande centro do nosso futebol. É o tambor do nosso país junto com São Paulo. Tudo aconteceu muito rapidamente. Obviamente que tenho minha ideia de jogo, mas não adianta vir com uma ideia que não seja condizente com as características do plantel. Terei cinco meses para fazer esse trabalho com dedicação integral. Vou viver o Vasco 24 horas por dia, convoco os jogadores e funcionários a terem a mesma mentalidade”, afirmou o substituto de Marcelo Cabo na nau vascaína.

“São 30 anos de luta para chegar aqui onde estou sentado. Séries D, C, B, A, base. Graças a Deus tive oportunidades se sou grato a todos. Fiz aquele desabafo para algum grande clube me dar oportunidade. E esse cara aqui do meu lado (Alexandre Pássaro), junto com o presidente, está me dando. Consegui. Estou em um grande clube como o Vasco da Gama. Maior oportunidade de minha vida. Mas consegui que um clube grande, como o Vasco da Gama, me desse essa oportunidade”, completou.

Lisca disse ainda que não pretende fazer mudanças radicais na equipe em seu primeiro jogo:

“Não podemos radicalizar para o jogo contra o Guarani. Aos poucos faremos as mudanças para termos uma equipe organizada. Preciso de todos os jogadores. Aqui no Vasco trocamos o eu pelo nós. É um trabalho de todos para fazermos o Vasco vencedor. Quero trabalhar o lado mental, escutar os jogadores, pois são eles que jogam e têm o poder de decisão dentro de campo”.

O novo comandante ainda falou sobre a possibilidade de contar com reforços para o restante da temporada.

“Acredito muito no elenco que temos aqui, na mescla dessa juventude com experiência. É uma característica do nosso clube formar jogadores. Romário, Edmundo, Pedrinho, Geovani. Eles são exemplos para os meninos. Acredito demais no nosso trabalho, numa nova maneira de jogar, mas com calma e gradualmente. Vamos ver alguma necessidade, alguma oportunidade de mercado, mas não é nossa prioridade. Nossa prioridade é potencializar a performance dos jogadores. O papel do treinador é melhorar e estabilizar a performance dos jogadores”, finalizou.

Siga o Jogada10 nas redes sociais, TwitterInstagram e Facebook.

Comentários