Foi com goleada e grande atuação que Lisca estreou no comando do Vasco. A vitória por 4 a 1 sobre o Guarani na noite deste sábado (24) voltou a reaproximar o Cruz-Maltino do G-4 da Série B. Em sua primeira coletiva pós-jogo, o novo treinador vascaíno fez questão de colocar em seu celular a versão vascaína da música “Ana Julia”, da banda “Los Hermanos”, na voz da cantora Teresa Cristina, depois de ser perguntado de que forma motivou os jogadores.

Lisca comandou o Vasco em apenas um treino antes de sua estreia com vitória sobre o Guarani – Vitor Brügger/Vasco

“É tanta personalidade vascaína. Mas a Teresa Cristina eu não sabia que era vascaína. Eu gosto bastante. Não vai achar que é doideira minha, porque é uma profissional que canta bastante. Gostaria de convidá-la para cantar um dia na nossa concentração”, disse ele, que cantou uma parte do refrão e até dançou em comemoração à atuação deste sábado.

Logo em seguida, Lisca passou a falar do jogo e destacou a atuação contundente de seus novos comandados, avisando que não faltará trabalho daqui para frente.

“Fiquei arrepiado durante o jogo. Incrível. Sensação muito positiva começar ganhando com um bom placar, mas temos que ter consciência que precisamos melhorar muito. O importante hoje era a vitória. O clube todo se mobilizou, diretoria, funcionários e principalmente os jogadores. Não começamos tão bem a partida, sem confiança. Depois evoluímos com gol e o segundo tempo foi nosso. Poderíamos ter feito mais. Levamos mais um gol de bola parada, mas não pude nem treinar. É um detalhe que precisamos trabalhar. Primeiro passo importante, mas temos muito trabalho a fazer. Encostamos no pelotão da frente, isso é muito positivo. Pessoalmente é muito legal, dá confiança. Ambiente com vitória é outro. Os jogadores responderam muito bem hoje (sábado). Tiveram uma atuação contundente diante de um postulante ao G-4, que é o Guarani”, avaliou o comandante.

Durante a partida pôde-se ver em vários momentos um Lisca participativo. O técnico, porém, ficou doido pra valer mesmo após o gol de Léo Jabá, o quarto da goleada vascaína. O treinador gritou em direção ao camisa 7, e o abraçou euforicamente. Jabá não era titular desde o dia 16 de junho, quando o Vasco foi derrotado por 2 a 0 pelo Avaí.

“O Léo teve uma bactéria séria na perna e chegou a ser enganado pelos médicos, que diziam que ele não poderia mais jogar futebol. Ele desabafou ontem (sexta), a maioria do grupo não sabia. E ele correu bastante. Eu o conheço desde a base do Corinthians. Com confiança, ele pode nos ajudar bastante”.

Com 22 pontos, o clube pulou quatro posições na tabela e aparece em quinto, com um ponto a menos do que o Guarani. O Vasco vira a chave para a Copa do Brasil. Na próxima quarta-feira (28), às 21h, a equipe visita o São Paulo no Morumbi pelo jogo de ida das oitavas de final da competição. Pela Série B, o Cruz-Maltino terá pela frente o clássico com o Botafogo no sábado (31), às 21h, no Estádio Nilton Santos.

Confira outras respostas de Lisca na coletiva

Bruno Gomes

Conheço o Bruno há muito tempo. Acompanhei um sub-20 em Porto Alegre. O Bruno e o Caio Lopes formaram a melhor dupla de volantes. Tentei levar os dois para o Ceará. O Vasco não liberou. Quando somos novos temos que aprender as coisas. E o Bruno aprendeu da pior forma possível, sendo expulso. Mas quando chega um novo treinador a conta é zerada. Ele falou bastante sobre isso ontem.

Função nova de Galarza

Os jogadores responderam bem, correram muito. Matias fez um jogo muito bom, como primeiro volante, uma função que não está acostumado. Quem sabe eu não acabei descobrindo um jogador para a seleção paraguaia? Mas temos muito a melhorar, temos que ser mais agressivos. Futebol é complexo, você pode colocar os caras em várias posições, as peças têm sentimento, tristeza, é mais complexo do que xadrez. Temos muito trabalho pela frente e isso me motiva, me alegra. Temos uma possibilidade de crescimento muito grande e vamos trabalhar isso. Agradeço muito aos jogadores por essa estreia bem legal contra um adversário que é postulante a uma vaga na Série A.

Vanderlei

Conversei bastante com o Vanderlei. Um cara de 37 anos que parece um menino, muito confiante, cheio de vontade e ambições. Quero parabenizá-lo pelo grande jogo que fez.

Talentos da base

Vocês conhecem a tradição do Vasco em formar jogadores melhor do que eu. Em 2011, estive em São Januário com o Luverdense para enfrentar o Macaé. É muita gente que esse clube revelou, Giovani, Edmundo, Romário… É muita gente. Gosto muito do Juninho, que fez um Brasileiro sub-20, eu acompanhei. Gosto demais do Miranda. É um cara apaixonado pelo que faz, a vida dele é o futebol. O João Pedro também, um jogador muito técnico, que sempre gostei. Acompanho o Vasco há muito tempo. Quem não para para acompanhar um jogo do sub-20 do Vasco está perdendo tempo.

Saber sofrer 

É impossível dominar o tempo todo no jogo. Quando você pega uma equipe de qualidade, uma hora você tem que saber sofrer, baixar as linhas. É uma coisa corriqueira no nosso trabalho. Nesse ano a Série B está muito forte, muito valorizada, competição cada vez mais gostosa de se jogar. Você tem que saber viver diversas situações.

‘Pé na garganta’

Precisamos evoluir mais, para pressionar mais e ser mais agressivos. Na verdade é pé na bola. No início da partida não conseguimos fazer, estávamos acuados. É uma expressão que eu usava no vestiário do América-MG. Precisamos introduzir alguns conceitos e treinar para introduzir isso no Vasco.

Abraço do Vasco à doideira

A carta foi maravilhosa. Todo mundo fala que sou doido, e o Vasco abraçou essa doideira. Me senti muito acolhido. Voltei a ter aquela vontade de trabalhar, de sofrer, de sentir o frio na barriga, de não dormir. Confesso que tinha perdido isso onde eu estava por causa de algumas situações, e o Vasco me renovou isso. Isso não tem preço. O pessoal do Vasco fez questão de mostrar que sou bem-vindo, eu e a minha família. Já sofri muito com esse negócio de doido, as pessoas não analisam o meu trabalho. Aí você chega num clube do tamanho do Vasco… Estou representando quase 9 milhões de torcedores. Motivo de orgulho. O Vasco abriu as portas para mim.

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