Em pesquisa realizada pelo Instituto Avon, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foi constatado que boletins de ocorrências de ameaças contra mulheres aumentam em 23,7% em dias em que um dos times regionais jogam. Beatriz Accioly, coordenadora das áreas de pesquisa e impacto de enfrentamento às violências contra as meninas e mulheres do Instituto Avon, disse que existe, sim, uma relação entre os números e os jogos de futebol.
“A pesquisa demonstra que há uma relação entre jogos de futebol e aumento de registros de violência doméstica.”, afirmou Beatriz Accioly.
A pesquisa foi feita em cinco capitais brasileiras: Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre. Foram coletados dados de violências de todos os dias dos jogos do Campeonato Brasileiro entre os anos de 2015 e 2018. Na análise do resultado, foi constatado que as agressões, em sua grande maioria, são cometidas por companheiros e ex-companheiros.
“Naturalmente, não estamos sugerindo que a causa seja o jogo de futebol, que é uma paixão nacional. Mas esse pode funcionar como uma espécie de catalisador das desigualdades de poder entre homens e mulheres, ao interagir com valores ligados a masculinidade, competitividade, rivalidade, hostilidade, pertencimento, virilidade e, por vezes, à frustração”, acrescentou a coordenadora.
Os dados de violência em dias de jogos não são de exclusividade do Brasil. Nos Estados Unidos, o cenário chega a ser mais delicado. Beatriz Accioly citou a final do Super Bowl (futebol americano) de 1993, que registrou um grande número de casos.
“A violência relacionada ao futebol não é uma exclusividade brasileira e tampouco acontece apenas entre torcidas organizadas. Nos Estados Unidos, o mesmo é observado na final do campeonato de futebol americano (Super Bowl), que representa um dos piores dias de registros de violência contra meninas e mulheres, com aumento de 40% de casos, segundo um estudo realizado em 1993”, explicou.
O aumento de violência contra mulheres em dias de jogos de futebol nas capitais analisadas tem um grupo alvo na maioria dos casos. Mulheres entre 30 e 49 anos em São Paulo e Rio de Janeiro têm percentuais de 49,7% e 49,6%, respectivamente. Já em Belo Horizonte, ocupam 48% dos registros.
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