Guarín em sua passagem pelo Vasco
Guarín em sua passagem pelo Vasco - Foto: Carlos Gregório Jr/Vasco

O volante Fredy Guarín, que defendeu o Vasco, teve um declínio acentuado em sua carreira e se aposentou em 2021. Um dos motivos para o jogador parar de jogar futebol aos 34 anos foi um problema com dependência. Assim, ele admitiu tal adversidade em entrevista à revista “Semana”, da Colômbia.

A doença influenciou negativamente o relacionamento com seus familiares. Tanto que, em abril de 2021, quando estava no último clube da sua carreira, o Millonarios, ele ganhou destaque no noticiário policial. À época, o meio-campista recebeu acusação de agredir seus pais, que saíram de maca e aos gritos.

Guarín em sua passagem pelo Vasco – Foto: Carlos Gregório Jr/Vasco

Ex-Vasco sofre com vício por álcool

Naquele período, Guarín já passava por alguns problemas pessoais, que interferiram na sua escolha de se aposentar do futebol. O ex-atleta confessou que tinha vício com bebida alcóolica.

“Eu não tinha uma vida normal, mas não sou atormentado por nada e vivo uma vida em paz comigo mesmo. Quando me aposentei do futebol e mais ainda da forma como me aposentei, que não era algo adequado, fiquei com aquela sensação de: ‘o que eu faço agora?’. Durante 20 anos, quis me dedicar ao futebol porque é o que sei fazer. Não me preparei para outras coisas. Fiquei desamparado e tomei decisões que não foram boas”, detalhou o colombiano.

“A verdade é que me desviei. Minha decisão foi abusar do álcool. Cometi muitos erros, decisões precipitadas e machuquei muita gente. Fui alcoólatra social por vários anos. Quando saí do Millonarios, em 2021, cheguei em um ponto profundo do meu vício. Tinha perdido a minha dignidade, o meu círculo social próximo, a confiança dos entes queridos e a coisa mais importante e valiosa que tenho, que são os meus três filhos”, complementou.

“Perdi muitas coisas de valor sentimental, de valor amoroso. Chegou a um ponto em que eu não podia mais continuar assim. Tive que pedir nova ajuda, já que tinha tentado várias vezes, mas com recaídas. O álcool sempre foi o pior gatilho para tudo o que eu via. Sou 100% alcoólatra. Admito isso. Mas sou um viciado em recuperação, e o aprendizado é um grande motivador. Fiz isso para recuperar a confiança minha, dos meus filhos e dos meus familiares. Me projetar e aceitar foi o principal. Não consegui fazer isso sozinho e me deixei ajudar. Posso dizer com segurança: esta é a última vez que sofro. Já bati nas portas do inferno e vi não é a melhor coisa”, admitiu.

Consequências familiares

O ex-meio-campista frisou que o alcoolismo fez com que ele se distanciasse dos seus filhos. Além disso, foi o principal responsável por um ponto final no seu casamento.

“Eu os perdi, mas eles nunca me perderam: estavam ali orando e tentando. Meus pais estiveram, estão e estarão lá para mim como filho sempre com amor, e isso me deixa muito feliz. Eu e meus filhos estamos nesse processo. Estou no processo de recuperar eles. Eles estão, por enquanto, no espaço deles”, esclareceu

“Perdi meu casamento com a Andreína (empresária e influenciadora) por causa do álcool. Enquanto eu estava bebendo, tomava decisões erradas. Me dói muito ter perdido essa parceira porque é uma relação construída ‘do nada’. Ela é uma uma excelente mãe e eu tenho que aceitar, me perdoar e desejar o melhor para ela. Que ela continue sendo a excelente mãe que é. Lhe deseje o melhor — e que um dia ela também possa me perdoar”, finalizou.

Passagem pelo Vasco e em outros grandes clubes

Guarín começou sua trajetória profissional no futebol pelo Atlético Huila, da Colômbia. Em seguida, defendeu o Envigado, do mesmo país. Graças ao destaque, chamou a atenção do Boca Juniors, da Argentina, que o contratou por empréstimo.

Posteriormente, se aventurou na Europa, onde atuou por Saint-Étienne, da França, depois Porto e Inter de Milão. Em 2016, partiu para Ásia, mais especificamente para defender o Shangai Shenhua, da China. Após três anos, retornou à América do Sul para jogar pelo Vasco.

No entanto, os problemas já atrapalhavam seu desempenho. Em dois anos, ele fez apenas 15 jogos. Pelo Millonarios, da Colômbia, entrou em campo apenas sete vezes.

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