Volta do Niltão, Castro… cinco motivos para a ótima fase do Botafogo

O crescimento impressionante do Botafogo na temporada é motivo de debate em todas as mesas redondas de futebol. Afinal, como um time que começou mal o ano, não tinha boas perspectivas e via o técnico balançar no cargo, agora é líder do Brasileirão com 100% de aproveitamento? Além disso, já são 14 partidas de invencibilidade somando com Copa do Brasil e Sul-Americana.

O Jogada10, então, preparou uma lista com cinco motivos que explicam esta fase gloriosa.

1) Continuidade do trabalho de Luís Castro

O chefão da SAF alvinegra, John Textor, nunca deixou de confiar na competência de Luís Castro. Desde quando esperou um mês para a sua chegada, em 2022. Portanto, no momento de baixa, com más atuações e eliminação precoce no Campeonato Carioca, em que a torcida começou a protestar, a paciência e a continuidade se provaram fundamental.

O diretor de futebol, André Mazzuco, reforçou essa decisão, no início de abril, época em que o trabalho era fortemente questionado externamente.

“É um momento em que todos nos reavaliamos (após a eliminação no Carioca). A decisão mais fácil é usar um escudo, seja um treinador, dirigente, jogador… Queremos mudar isso, mesmo que isso traga discordância. Nós acreditamos no trabalho do Luís e vai ser assim. O trabalho continua porque achamos que ele está sendo bem feito”, disse Mazzuco.

Nas últimas semanas, a torcida tem até feito uma “fila do perdão” para o português.

2) Volta do Nilton Santos com novo gramado

O Botafogo teve na falta de sua casa um obstáculo relevante nos primeiros meses. O estádio Nilton Santos ficou fechado para a instalação do gramado sintético. Com isso, as viagens foram constantes, e a delegação percorreu mais de 3.000km entre Volta Redonda, Cariacica e Brasília, três cidades onde o Glorioso mandou seus jogos. Todos os jogadores mencionam o fato de que ter o Niltão de volta foi essencial.

“A logística de não ter uma casa, viajando bastante, com Espírito Santo, Volta Redonda, Brasília… não parávamos, era complicado. Não podemos usar de desculpa, mas algumas coisas foram influenciando (na fase ruim)”, justificou o atacante Victor Sá.

Além disso, a adaptação ao campo sintético é bastante positiva. O elenco está treinando duas vezes na semana no Niltão e a bola está rolando macia, de acordo até mesmo com os adversários.

3) União após início de ano ruim

Não foram apenas o desempenho e resultados irregulares que afetaram o elenco. A forma como isso ocorreu deixou marcas. Afinal, o Botafogo teve quatro jogadores expulsões em dois clássicos consecutivos, mostrando um destempero fora do normal. Nos dias sem competições, o grupo se uniu e encontrou as soluções, como revelou o goleiro Lucas Perri, após a grande vitória sobre o Flamengo, há nove dias.

“A gente passou um período bem difícil no ano, que afetou bastante a equipe. Mas eu acho que, da forma como as coisas aconteceram, isso uniu ainda mais nosso grupo. Esse aprendizado foi importante para gente ver que podia fazer melhor e viver esse momento que estamos vivendo. Sabemos que não vamos ganhar todos os jogos, mas precisamos focar em manter a regularidade”.

O técnico Luís Castro também fez parte desse processo, ao abraçar e ser abraçado pelo elenco.

“Eles (jogadores) estão no caminho do trabalho e no caminho do sucesso também. Mesmo nos momentos mais difíceis, neste início da temporada, em que antes de uma coletiva se falava, entre a imprensa, que “o treinador tem de ir embora, ele vai embora, embora, ele vai embora”. Mesmo nesses momentos, nunca desconfiei do meu time e não duvidaram de mim”, afirmou o português.

4) Qualidade das opções no banco

Se havia dúvidas sobre a qualidade do grupo do Botafogo, agora elas são muito pontuais. Afinal, mesmo com o rodízio de jogadores, o nível se mantém praticamente o mesmo. Na vitória sobre o Atlético, no Nilton Santos, nomes como Marlon Freitas, Gabriel Pires, Lucas Fernandes e Luís Henrique entraram muito bem. Sauer e Segovia também pedem passagem no ataque.

“É difícil ouvir as críticas e tomar pancada sabendo da qualidade do nosso elenco. Realmente chegou em um ponto que o Luís (Castro) teve uma conversa (para nos motivar), nos fechamos, pois sabíamos da qualidade do nosso elenco (…). Os mesmos jogadores antes criticados agora conseguem fazer boas partidas. Tem momento ruim, tem momento bom, é só continuar trabalhando que as coisas chegam”, disse Victor Sá.

5) Eficiência, intensidade e confiança do ataque

O Botafogo marcou pelo menos dois gols em 13 dos 14 jogos da série invicta. A média não estava longe de três por partida até o empate com a LDU, pela Sul-Americana. Curiosamente, porém, a equipe não cria tanta oportunidades. Ou seja, é muito eficiente. Tiquinho lidera o setor, com seu faro de artilheiro e assistências cada vez mais açucaradas.

Mas a velocidade e confiança de Victor Sá e Júnior Santos para arriscar os dribles e arrastar a marcação vêm sendo notáveis. A perfomance dos dois, sobretudo contra o Galo, foi o grande assunto na imprensa. Que dupla!

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