O futebol é um esporte sensacional, que arrebata multidões de apaixonados torcedores pelo mundo. Acompanhamos o viajar da bola pelos gramados com os olhos atentos, a respiração presa, o coração aos pulos. Mas a questão é: qual será o grande segredo do futebol? Na minha modesta opinião, a surpresa. Nem sempre os favoritos ganham. Ah, mas isso acontece em vários outros esportes! Verdade. No entanto, em qual, quem joga pior pode vencer? Eis a questão.

O trunfo do futebol está aí. Podemos atribuir o favoritismo sempre a um dos times em campo. Mas jamais a certeza da vitória. E isso é o que nos alimenta a alma de torcedor. Sabemos que o nosso time muitas vezes é inferior ao rival e mantemos a esperança lá no fundo, com o chamado coração na ponta da chuteira.

Ao longo dos anos, pudemos ver vários e vários tipos de esquemas táticos, mas talvez jamais tenha havido tamanha pasteurização como no momento atual. A partir da mudança da regra, com a bola podendo ser rolada para o zagueiro no tiro de meta dentro da área, praticamente todos os times querem sair jogando no toque curto. Mesmo aqueles – a grande maioria – que não têm qualidade para isso e que quase nunca alcançam a linha de meio-campo. E em outras tantas vezes, de forma absurda, deixam o próprio adversário na cara do gol. Aflitivo.

O futebol é diverso e aí está a graça do jogo. Foi criada uma espécie de ditadura da bola, da qual poucos tentam escapar. E o que se vê nos gramados é um festival de trapalhadas, de posse inútil e de pouca agressividade, com dezenas de passes laterais e para trás. Times lentos e previsíveis. Claro que há exceções, e o Fernando Diniz, líder com o São Paulo, por exemplo, sempre trabalhou assim.

Trocar a posse infrutífera e de pouco talento pela vitória também foi característica de uma série de treinadores que fizeram sucesso ao longo dos tempos. Não é vergonha reconhecer a própria limitação e adotar outras estratégias, mais adequadas a derrotar adversários com poder de fogo maior. A mesmice atual está chata demais.

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