A fase de grupos da Libertadores 2022 começa nesta quarta-feira (6) para o Palmeiras, que chega mais uma vez como um dos favoritos ao título. O momento espetacular, com as conquistas recentes da Recopa Sul-Americana e do Paulistão, revela uma versão camaleão do time: uma estratégia diferente a cada jogo, principalmente nos clássicos.

Jogadores do Verdão comemoram o título paulista após passeio sobre o São Paulo – Nelson Almeida/AFP via Getty Images

O atual bicampeão continental desfilará pelos gramados o elenco mais valioso da América do Sul. Antes que pensem em Flamengo e Atlético, deixo claro que não refiro-me simplesmente a dinheiro ou técnica, mas essencialmente ao poderio coletivo deste time multifacetado.

Aos que insistem em criticar intempestivamente o estilo “retranqueiro” do técnico Abel Ferreira, apenas uma constatação: quando se exigiu prova de força e capacidade de reação após situação desfavorável como a derrota por 3 a 1 para o São Paulo na ida da final do Estadual, a equipe palestrina esbanjou eficiência em meio a variações táticas.

Somente no primeiro tempo foram 15 arremates a gol, fora a pressão. E só 27 minutos para os donos da casa pulverizarem a vantagem do rival no Morumbi. O treinador alviverde montou um ofensivo e improvável 2-3-5.  Deu passe livre para os dois laterais simultaneamente, mantendo apenas Gustavo Gómez e Murilo no combate a Calleri. Marcos Rocha, Piquerez e Danilo apoiando logo atrás da linha de frente de cinco, com Zé Rafael, Scarpa, Raphael Veiga, Dudu e Rony, este último nos 34 minutos em que esteve em campo.

Os comandados de Abel tiveram atuações imponentes e diversificadas nos clássicos: muita posse de bola diante do Santos, quase nenhuma no Morumbi ainda na fase de classificação, pressão no campo ofensivo e roubadas de bola sobre o Corinthians e bombardeio com arremates e inversões de lado diante do Tricolor, no Allianz.

Ou os adversários passam a enxergar as variações de estratégia e a metamorfose alviverde que se recusa a viver somente de bola parada e contra-ataques ou continuarão a ver navios em mais uma temporada.

Jogadas ensaiadas, construção desde os zagueiros, linha frontal de cinco homens… goleada de 4 a 0 em conquista de título. Queiram ou não, o Palmeiras de Abel Ferreira não deixará um legado qualquer ao futebol brasileiro.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jogada10.

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