A superação do Palmeiras ao longo do Campeonato Brasileiro, após a perda de titulares importantes, foi destacada por Abel Ferreira na coletiva após a vitória sobre o Fluminense, neste domingo (3/12) no Allianz Parque. Afinal, depois de ficar sem “uns 10 ou 11 jogadores”, como disse Abel, o Verdão contratou apenas Artur e Richard Ríos. Ou seja, uma grande defasagem no número de atletas mais experientes, depois da saída de Scarpa e Danilo, entre outros, e do afastamento por lesão de Dudu, Nino e Atuesta.

Todos os outros que chegaram – e que conseguiram levar o Palmeiras ao topo da tabela, com o caneco quase nas mãos – são jovens da base do clube.

“Nunca na história o Palmeiras apostou tanto em sua base. Nunca arriscou tanto”, declarou.

Abel: ‘Das tripas coração’

O treinador afirmou que, diante do desafio de montar um time com condições de ir longe na competição, fez o que sempre faz: olhar para frente.

“Não olho no retrovisor”, comentou, com uma provocação a técnicos brasileiros que, em sua opinião, têm o hábito de fazer isso.

Sem mencionar nomes, ele disse que “a carapuça” serve para quem se enquadrar nessa crítica.

“A minha maior alegria é arranjar soluções. Fazer das tripas coração para ter uma equipe competitiva”.

A união do grupo foi um dos pontos de destaque na fala de Abel.

“Quando Veiga perde um pênalti, perdemos todos. Se Endrick faz um gol, fazemos todos. Quando Weverton faz uma grande defesa, fazemos todos. Se toma frango, tomamos todos”, disse.

Elogiando os jovens da base e enaltecendo o Palmeiras, Abel sorriu várias vezes ao longo da coletiva – Reprodução de vídeo Arena Web

‘Dinâmica é mais importante que formação’

Apesar da mudança de equipe,  Abel afirma que não alterou a forma de jogo, diferentemente do que, segundo ele, uma parte da imprensa pensa. Afinal, na opinião de Abel, muitos jornalistas só percebem a formação tática, sem observar as sutilezas na estratégia do time.

“Vocês (jornalistas) conseguem  ver se é 4-3-3, se são três zagueiros. Mas conta muito mais a dinâmica e os comportamentos do que a formação. No apito do árbitro já dá pra saber se são 4, 3, 5. Só que depois tem dinâmica”.

Assim, como diz o treinador, “Uns andam pra dentro, uns andam pra trás. Não mudamos a forma de jogar. As características dos jogadores é que mudaram”.

Abel Ferreira: ‘Vou com estes pra guerra’

Abel disse também que, na hora da necessidade de novas contratações, deixou claro que não queria comprometer as finanças do clube. Afinal, a prioridade era arcar com os compromissos com os funcionários.

“Eu sempre disse: se vai faltar dinheiro para pagar as pessoas do clube os colaboradores, não quero nenhum jogador. Vou com estes pra guerra”.

Abel lançou mão do que tinha ao seu alcance e surpreendeu os rivais e até mesmo muitos torcedores, que não acreditaram que tamanha volta por cima seria possível. Mas o técnico português diz que ele, Abel, “sempre” acredita. 

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