A confusão formada após o apito final do jogo entre Sergipe e Botafogo, nesta quinta-feira (2), pela Copa do Brasil, promete ainda ter muitos desdobramentos. A CBF divulgou, nesta sexta, a súmula assinada pelo árbitro Bráulio da Silva Machado. Nela, o catarinense cita até ameaças de morte recebidas por parte dos dirigentes do time da casa.

Árbitro relatou agressões e ameaças de jogadores e diretores do Sergipe – Reprodução Premiere

O árbitro relatou, na súmula, que foi agredido por dirigentes e torcedores do Sergipe. Ademais, a segurança privada, contratada para conter eventuais invasores de campo, não entrou em ação. Dessa forma, pediu pela entrada dos policiais, mas os protestos terminaram em agressão, inclusive por parte do presidente do Sergipe, Ernan Sena.

“Com a não entrada dos seguranças, as agressões iniciaram com o atleta não relacionado do Sergipe, Sr. Silvio Henderson Santos de Freitas, que segurou minha camisa na altura do tronco e me puxou com uso de força. Ato contínuo, fui atingido pelo presidente do CS Sergipe, Sr. Ernan Sena, que desferiu vários socos em minha direção com uso de força e muita agressividade. Sendo que os primeiros socos atingiram o lado esquerdo do meu rosto e os demais meu braço e costas”, detalhando ainda que o assistente Henrique Neu Ribeiro atingiu o dirigente em legítima defesa:

“Em meio ao tumulto, o AA2 (Henrique Neu Ribeiro) se sentiu ameaçado e acuado por estar cada vez mais se afastando do policiamento motivado pela perseguição. Em ato de legítima defesa (…) atingiu o Sr. Ernan com sua bandeira”.

Dirigentes ameaçaram de morte os árbitros

O árbitro ainda aproveitou para destacar a agressão que sofreu de uma pessoa ligada ao Sergipe, inicialmente não identificada. De acordo com o árbitro, era o fisiologista Levy Anthony, que lhe deu uma voadora. O árbitro ainda revelou as ameaças de morte que recebeu do presidente do clube e outros dirigentes, dentro e fora do campo:

“O presidente do Sergipe, Sr. Ernan Sena, de forma clara, deu início a uma sequência de ameaças e ofensas verbais de forma insultante e humilhante. Proferindo as seguintes palavras repetidamente aos integrantes da equipe de arbitragem: ‘Eu vou te matar, seus vagabundos, ladrões, safados, filhos da p.’ (…) Durante o período em que estivemos no vestiário, sob escolta de policiais, ouvimos diversas explosões de bombas nos arredores. E pessoas gritando de forma ameaçadora por repetidas vezes as seguintes palavras: ‘Nós vamos matar vocês, vamos te esperar no aeroporto e te achar em Santa Catarina’.

Enfim, Bráulio foi à delegacia para registrar um boletim de ocorrência e fazer exame de corpo de delito, junto com os outros árbitros. Todos saíram do Batistão escoltados por policiais.

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