Desde a estreia contra o Sporting Cristal, no Peru, o Fluminense mostrou que tem um estilo próprio e convicção do que pode render em campo pela Copa Libertadores. A campanha teve altos e baixos na primeira fase, mas no mata-mata, os comandados de Fernando Diniz avançaram de forma emocionante. Afinal, recolocaram o clube na decisão depois de 15 anos. Para municiar Cano e dar velocidade e amplitude, Keno e Arias são alicerces desse sistema, tanto no ataque, como na recomposição.

Na última quarta-feira (25), o Tricolor voltou a oscilar dentro de uma mesma partida. Os primeiros minutos foram bem abaixo do esperado, tanto que o Goiás abriu dois gols de vantagem, em Volta Redonda. Para recolocar a equipe no jogo, os dois pontas foram essenciais para quebrar as linhas do Esmeraldino também na construção por dentro. Além deles, Ganso voltou a ter uma boa atuação e com duas assistências mostrou que pode recuperar a velha forma antes da final.

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Jhon Arias marcou três gols nos últimos dois jogos com a camisa do Fluminense – Foto: Mailson Santana/FFC

Dupla de pontas inspirada

O colombiano estava desde o dia 19 de agosto sem estufar a rede, mas emendou três gols nos últimos dois jogos pelo Brasileirão. Mesmo com a intensa viagem para defender a Colômbia na altitude, Arias voltou a tempo de incendiar o Maracanã no empate por 3 a 3 com o Corinthians. Menos de uma semana depois, fez o mesmo contra o Goiás, com dois gols e muita movimentação. Ao lado do camisa 11, é responsável pela construção, por atrair a marcação e fazer a bola chegar em melhor condição para Cano e John Kennedy definirem.

Do outro lado do campo, o soteropolitano mostra que a experiência lhe trouxe ainda mais recursos técnicos. O atacante tem dinâmica e intensidade para vencer duelos individuais e deixar adversários para trás. Essas características serão benéficas contra o estilo de jogo do Boca Juniors, que deve esperar o Fluminense, para tentar resolver o jogo em contra-ataques certeiros para Cavani. Nesse sentido, é um jogador que vai para cima, podendo cortar para tentar o cruzamento, ou iniciar uma jogada por dentro para tabelar.

Diante do Esmeraldino, foi Keno quem fez o cruzamento para o colombiano completar e deixar tudo igual no placar. Na sequência, foi de seus pés que saiu o passe “açucarado” para Diogo Barbosa encontrar o camisa 21 na área. A partir da virada, Fernando Diniz foi certeiro ao deixar o ex-Atlético-MG bater o pênalti do quarto gol, algo ideal para aumentar ainda mais a confiança do jogador. Ele não marcava desde abril, no confronto com o Paysandu pela Copa do Brasil. Com trança e habilidade, o atacante fez fila, deixou adversários para trás e também marcou o quinto.

Números exuberantes e confiança elevada

Com a camisa do Fluminense, Jhon Arias não só chamou a atenção do futebol brasileiro, como também tem sido constantemente convocado para a seleção da Colômbia. Ao balançar a rede três vezes em duas rodadas, o jogador está na vice-liderança da artilharia tricolor na temporada com 9 gols, atrás apenas de Germán Cano que já soma 36, Além disso, o colombiano tem 13 assistências (22 participações em gols), mas ainda tenta alcançar os números de 2022, quando fez 16 tentos e deu 17 passes para os gols dos companheiros.

Quem também fez as pazes com as redes foi Keno, que é um dos jogadores mais importantes do esquema de Diniz. Apesar de ter 34 anos, seu trabalho na recomposição é intenso, voltando para marcar e fechar espaços quando o Tricolor está sem a bola. Com os dois tentos, alcançou a marca de 16 participações em gols, ao balançar a rede cinco vezes e dar 11 assistências – a maior quantidade em uma temporada na carreira. Por fim, está justamente atrás de Arias e Cano, que tem 39 (36 gols e três passes decisivos).

Keno enfileirou os adversários e marcou um golaço pelo Fluminense no Raulino de Oliveira – Mailson Santana/Fluminense FC

Veja números de Keno e Arias e 2023

Jhon Arias
Gols: 9
Assistências: 13
Participação em gols: 22

Keno
Gols: 5
Assistências: 11
Participação em gols: 16

Temporadas de Keno com mais assistências 

2023 – 11 assistências em 45 jogos (uma assistência a cada 4,1 jogos)  – Fluminense
2020 – 10 assistências em 38 jogos (uma a cada 3,8) – Atlético-MG
2021 – 7 assistências em 44 jogos (uma a cada 6,3) – Atlético-MG
2016 – 7 assistências em 61 jogos (uma a cada 8,7) – Santa Cruz

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