O Brasil estréia, enfim, e diante de um adversário qualificado, a Sérvia. Trata-se uma das herdeiras da extinta Iugoslávia, que sempre jogou um bom futebol contra a seleção nacional em Copas. Em 1930, venceu por 2 a 1 na primeira fase. Já em 1950, perdeu por apenas 2 a 0, em um Maracanã com mais de 120 mil pessoas. Em 1954, sustentou o empate de 1 a 1. Em 1974, foi bem superior, embora o duelo tenha terminado em 0 a 0.

Brasil, enfim, estreia na Copa – Lucas Figueiredo/CBF

O time atual, treinado pelo experiente Dragan Stojkovic, tem um trio atacante de qualidade, formado por Tadic, Vlahovic e Mitrovic. Esse é danado para marcar gols. Mas, como dito, se a seleção de Tite adotar o procedimento verificado em 1970 e em 1994 – foco exclusivo na competição e o desejo obsessivo de conquistá-la – terá chances reais.

Precisará, assim, abrir mão por completo do que pode ser desnecessário em um mês, como convivência cotidiana com a família, festas e farras. Além de exposição freqüente em rodas sociais, para exibir, por exemplo, cortes novos de cabelo, ou modelitos extravagantes. Em 1970 e em 1994, a seleção vinha dos vexames evidentes de 1966 e 1990. Mas sabia das possibilidades de sucesso de cada um dos elencos – até ali perdedores. E os grupos formados jogadores experientes que assumiram a liderança, souberam, em ambas as ocasiões, contornar a situação. O grande problema atual é que há veteranos, mas que estão bem distante de exercer alguma ascendência semelhante. Thiago Silva e Neymar não lideram nem festa de criança. De qualquer forma, até pelo histórico de quase um século em Mundiais, o Brasil é o favorito.

Suíça e Camarões, próximos rivais do Brasil

Suíça e Camarões fazem o outro duelo do grupo do Brasil. Os helvéticos – essa é demais – têm a obrigação de vencer Camarões, sempre tumultuada por brigas políticas internas. Em 1990, os jogadores não respeitavam o técnico russo Valeri Nepomniajc, que exigia um futebol burocrático, daí o jogo alegre exibido pela equipe.  Depois de muitas outras polêmicas ao longo dos últimos mais de 30 anos, o eterno mandatário do país, Paul Biya, demitiu Toni Conceição, substituindo o treinador português pelo ex-zagueiro Rigobert Song, que foi obrigado a incluir na lista final da Copa os nomes ditados pelo presidente da federação local, o ex-atacante Samuel Eto’o, ele mesmo, que era inferior a Obina. A Suíça sempre jogou um futebol correto, sem muitas propriedades, e cresceu nos últimos anos, principalmente pela inclusão dos descendentes de imigrantes, que deram maior mobilidade ao time.

Olha a Celeste!

O Uruguai, que estreia diante da Coreia do Sul, tem um elenco equilibrado, com um gênio, Arrascaeta, que ainda é questionado na seleção, mas que poderá fazer a diferença na Copa. Se o craque do Flamengo brilhar, a Celeste tem boas possibilidades de superar os asiáticos. Caso contrário, o resultado do confronto é indefinido, pois a equipe sul-coreana têm jogadores habilidosos, e há algum tempo, pelo menos 20 anos, que deixaram de ser apenas corredores, mas futebol suficiente para competir de verdade, como ocorreu em 2002.

Portugal x Gana

As melhores seleções de Portugal foram as de 1966 e de 2006. A primeira caiu diante da poderosa Inglaterra de Bobby Charlton, futura campeã mundial, nas semifinais. E a mais recente não tinha técnico. Curiosamente, a da década passada é que ganhou títulos, a Eurocopa em 2016 e a Liga das Nações em 2019. Em situação normal, Portugal, que reúne um grupo de bons jogadores, e Cristiano Ronaldo, um fenômeno em total decadência, mas que creia, ainda pode fazer alguma diferença, pelo que representa, deve ganhar.

Gana derrubou a Nigéria nas Eliminatórias, tem um técnico experiente, Otto Addo, que jogou em vários clubes europeus, mas a sua participação é uma incógnita, pois tem – ao lado de Camarões em 1990 e de Senegal em 2002 – a melhor colocação de africanos em Copas, o sétimo lugar de 2010. Mas é difícil acreditar que possa repetir tal campanha.

atégia na teoria, colocada em prática no campo, e que raras vezes termina no objetivo principal desse esporte, que é a bola na rede. A seleção da Europa, vice-campeã mundial, que deveria ser a protagonista, encontrou grande dificuldade para superar a obediência tática dos africanos, notadamente o sistema defensivo, e o adversário apostou em um contra-ataque fatal, que não aconteceu, tornando o confronto um espetáculo efetivamente desinteressante. E que só poderia terminar em 0 a 0.

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