Felipão, vencedor e dono de uma história rica no futebol parece querer fechar seu ciclo no esporte em tom beligerante e fazendo as pessoas esquecerem seu tamanho. Inúmeras vezes se falou, inclusive nesta coluna, da importância de Scolari para o futebol mundial. Mas as últimas cenas e mensagens do atual treinador do Atlético é de um excesso absurdo.
Em tempos de pandemias, surto de dengue, chikungunya, guerra na Ucrânia, Oriente Médio e inúmeros flagelos, o Galo sempre foi a catarse do seu povo, mas não tem sido assim.
Poderão acusar o povo preto e branco de “mudado” usando o argumento de ter chegado à 18ª final, mas não é isso. O Atlético atual é desfigurado, descontextualizado da realidade e depois das pelejas o que seria oportunidade para acalmar, piora o sono do galista.
Felipão chega “grandão” para as entrevistas coletivas como se andasse sobre as águas. Diz que não precisa explicar nada, afirma que futebol é só um jogo, mas esquece que este esporte o tornou referência mundial. Scolari chega sem paciência, cria um foco diferente para a falta de futebol do Galo. E desvia o olhar para discussões vazias com repórteres e torcedores.
Para finalizar este espaço por hoje, Scolari diz não ter nada a dizer. Mas quando diz algo conta o contrário do que 90% das pessoas viram. Felipão nas coletivas lembra muito alguns doentes químicos que não admitem o seu vício, e este é o problema. Não achar o diagnóstico atrapalha a recuperação mais breve do “enfermo”.
Felipão sempre foi assim
A cultura da objetividade é diferente da falta de educação. Proteger um elenco não faz elegante dar respostas sem respostas a quem trabalha ou ama visceralmente o clube.
“Ah, mas o Felipão sempre foi assim.”
Não importa a idade, até o último suspiro, até lá, o respeito é via de mão dupla e este tom estimulado por alguns treinadores para atacar quem os questiona não contribui em nada para esclarecer quem não assiste treinos ou rotinas de seus clubes.
Fazemos parte também dos que erram, que muitas vezes precisam se preparar mais para perguntar, estudar mais o jogo e não estar ali só por estar. Mas, por isso mesmo, por não sermos corporativistas que desejamos que a educação não seja confundida com bajulação, até para não precisar de alguém sempre fazendo perguntas “escada” que nada contribuem.
O que precisamos entender é que o microfone na boca de um jornalista ou radialista se faz necessário não para o ego daquele profissional, mas como utilidade pública de quem consome o seu time diuturnamente, como é o atleticano.
Respeito é via de mão dupla e se foi errado até ontem ainda dá tempo de mudar. O atleticano gosta do Galo alegre, jogando futebol e não de um time desfigurado, travestido de Atlético que joga por debaixo dos tapetes os seus poréns.
Se a via do respeito e do conhecimento é mão dupla, que se qualifique o debate para quem vê e ouve não se sentir infantilizado e idiotizado neste lugar. Faremos nossa autocrítica, nossa mea-culpa nessa proposta de melhorar este lugar. Temos todos culpa pelo oco, pelo vazio que há. Mas também esperávamos um Felipão com mais conteúdo, que indicasse My way, que quisesse ouvir, compartilhar e trocar. Utopia? Sei lá! Mas futebol é tudo isso e muito mais e ele achou que o Galo era igual a todo lugar que passou. Errou feio.
Galo, som, sol e sal é fundamental
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