Com fome de mudar o mundo, Alisson Santana (18), chegou ao Atlético em 2019, ainda na gestão de Júnior Chávare – Diretor das categorias de base do Galo que faleceu ontem e que estava, na temporada atual, no Coritiba.
De família simples, o jovem teve suas primeiras oportunidades no Brasileirão do ano passado dadas por Luiz Felipe Scolari, antes, porém, tinha sido integrado ao profissional pelo antecessor, Eduardo Coudet.

Rendimento proporcional

Ao todo, atuou em oito jogos, mas tem apenas 120 minutos jogados – 74 em 2024 e 46 em 2023 -. Entrando pouco tempo, o garoto tem multiplicado os “pães” dos minutos.
Com um Galo pouco criativo, que quase não se associa ou triangula, Alisson se destacou logo no jogo-treino no fim de janeiro contra o Ipatinga, quando marcou e construiu um dos tentos na vitória por 2 a 0, ligando o sinal excepcional de “talento” no elenco.
Em contraponto à alegria jovial de Alisson, o Atlético até aqui apresentou um futebol burocrático e previsível, mesmo nas vitórias. Felipão tem ido muito “armado” para as coletivas e considerando uma rivalidade desnecessária com a torcida e os profissionais “perguntadores”.
Nas últimas duas pelejas atleticanas, Alisson fez um gol, deu um passe milimétrico para Paulinho que não aproveitou e ainda mandou uma bola na trave contra o Itabirito. Somando-se aos poucos 74 minutos desde a estreia contra o Patrocinense, Alisson na hierarquia de conquistas não poderia pleitear nada, muito menos “sentar na janela” de um grupo tão vencedor.
Mas na máxima do “futebol é momento”, a Massa do Galo pode perguntar: quem tem jogado mais que ele? Quem tem acordado o atleticano desse jogo burocrático, cheio de carimbos de departamentos? Quem pode edificar um jogo menos para-brisa?
Contudo, peço perdão ao garoto se o texto gerar um efeito contrário, similar a um “só pra contrariar” do treinador, que tanto o mundo respeita mas que considera inimizade alguns questionamentos e não há nada disso, muito pelo contrário, há perguntas necessárias e proporcionais ao treinador que já ganhou tudo e que pode fazer mais.
Não, o Alisson ainda não ganhou a vida, não conquistou grandes taças, mas tem olhos de desejo, sonhos de mudar o mundo e, talvez não exista momento mais propício para alavancar um talento do que aproveitar referências como Givanildo.
A grande vantagem do Alisson é que ele é um rio de planalto, aquele que tem potencial e capacidade para girar as turbinas da hidroelétrica e gerar energia para cidades inteiras. Em 1992, Telê Santana, em entrevista ao Roda Viva afirmou que na hora de escolher um atleta um dos critérios é ter fome, fome de vencer.
O que encanta no futebol é o novo, é a possibilidade de algo não previsto. É exatamente o Alisson não ter ganhado ainda “nada” teoricamente, mas estar com fome de multiplicar os pães dos seus sonhos e voar para mudar o destino seu e da sua família, é fome de vida.
A Massa quer o Galo que dribla, que acerta, erra, mas vai para cima. O Galo é rio de planalto que desce rasgando o mundo e gira as turbinas da hidroelétrica da vida
Galo, som, sol e sal é fundamental!

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