O Atlético apresentou no dia 29/4, na Sede de Lourdes, seu balanço financeiro de 2023. Com uma redução na sua dívida, na casa de R$ 700 milhões, agora, o clube tem uma dívida na casa de R$ 1,4 bilhão.
Muito dessa diminuição foi decorrente dos aportes da SAF de R$ 505 milhões em caixa. Ainda chegarão outros R$ 95 milhões. Aporte da FIGA, um fundo de investimentos do Galo. Recorda-se ainda que os outros R$ 316 milhões viraram conversão em cotas da SAF para Rafael e Rubens Menin. E que Daniel Vorcaro, do Banco Master, recentemente, teve um aporte de R$ 200 milhões. Assim, aumentou o capital social para R$ 1,4 bilhão.
Considerando o olhar do objetivo do clube sobre o futebol, a sua atividade-fim e, desconsiderando as análises contábeis, o Atlético tem ainda um time caro. “Gasta” valores acima da sua capacidade financeira de receitas, vejamos:
Na conta ‘receita bruta’, constam entradas. As direitos de transmissão e premiação, venda de atletas, matchday, comerciais. Tudo isso, menos as deduções de receita somaram “chegadas” ao caixa 2023 de R$ 415 milhões.
No entanto, se considerarmos as despesas do futebol profissional, adicionadas do seu entorno administrativo, a ótica muda. Afinal, além de contas menores como o GNV, é necessário somar o centro de custos investimentos por atletas. A rubrica considera a amortização de contratos dos jogadores, o agenciamento de atletas, além das baixas contábeis.
Desta forma, somando as contas “Custos e Despesas” (R$ 396 milhões) + “Custos com investimentos em atletas” (R$ 191 milhões), temos, por esse olhar, a análise do resultado futebol mais o seu entorno na seguinte conta básica do futebol do Galo em 2023:

Resultado foi futebol do Galo

Entradas (Receitas): R$ 415 milhões
Saídas (Custos e Despesas): R$ 396 milhões + R$ 191 milhões = R$ 587 milhões

Déficit do futebol em 2023 sem aportes da SAF e outros: (587) + 415 milhões = (R$ 172 milhões)

Portanto, o Atlético, neste momento, pelo documento apresentado, teria um time forte, mas além da sua capacidade financeira e precisa, além dos resultados desportivos, buscar novas receitas para equilibrar a sua balança.

A sustentabilidade do CAM passará pela boa gestão da Arena MRV e pela necessidade urgente de revelar mais atletas na base para diminuir a absurda necessidade de obter resultados somente em campo para fechar as contas positivamente.

Observação: na análise feita acima, foi considerado o futebol e seu entorno administrativo, desconsiderando a conta “resultado financeiro” (ver foto) atrelada aos juros da Selic alta de 2023 e as avaliações patrimoniais contábeis.

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