Já dizia o poeta Vander Lee:
“Românticos são poucos
Românticos são loucos desvairados
Que querem ser o outro
Que pensam que o outro é o paraíso”
Pois é! Cansamos de gritar que o Galo não é matéria, não é taça ou propriedade de terra. O Galo é verbo da melodia. Ver o Atlético em campo sempre foi uma maravilha.
Aproveitando mais do poeta mineiro, em outro trecho ele diz sobre o estilo do romântico atleticano:
“São tipos populares
Que vivem pelos bares
E mesmo certos vão pedir perdão
Que passam a noite em claro
Conhecem o gosto raro
De amar sem medo de outra desilusão”
O atleticano é o eu lírico do ser “romântico” que toma porrada de todo mundo, mas pede desculpas sem culpas e medo de outra frustração.
Talvez, cansados de explicar que se orgulham de ter uma casa linda, de ser o clube Campeão do Gelo que representou o país no pós-guerra, que é e sempre será o Campeão dos Campeões. Talvez, também, fatigados de explicar que toda matéria é menos importante que o grito da Massa.
Nunca precisou de caixa de som auxiliar, sempre foi no gogó. Afinal, sempre foi uma relação genuína, de um grito simples e universal que assustou até mesmo o Galvão Bueno quando via a Massa no Mineirão. Em uma das oportunidades, com a estrutura de concreto pulsando e vibrando nas juntas de dilatação, ponderou:
“Eu já vi arquibancada balançar em estádios do mundo inteiro, mas como essa aqui, nunca vi nem perto. É impressionante o que faz a torcida do Atlético”

O Atleticano

Sei, somos apenas românticos jacus, que sempre soubemos da insignificância infinitesimal no meio desse povo, que apenas relembramos histórias desse clube para não deixar sua identidade ser perdida num futuro de matéria e de gente intocável, com pouca memória.
Mas, voltando ao intertexto do Vander Lee, ele já dizia:
“Romântico é uma espécie em extinção.”

O Galo é algo que transcende matéria, Galo é estado pleno de ser, evolução. Enfim, nosso único medo é uma genética mutação destrutiva. Mas o galista segue humano, crente em gente, sorridente, mesmo com dor de dente.
Viva Vander Lee, viva a intertextualidade, viva o acervo do Christiano Pacheco, viva a Massa!Galo, som, sol e sal é fundamental.

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