São Victor, eternizado como ídolo do Atlético – Foto: Divulgação Bruno Cantini/ Atlético

Há onze anos, coube ao ainda Victor Bagy a responsabilidade de viver o momento maior de inflexão da história do Clube Atlético Mineiro. Depois disso, mais alguns milagres e o Libertador se tornou Santidade.
Não havia roteiro mais dramático para o atleticano reviver a frase: “morreu na praia, mais uma vez”. O desespero veio junto com a desilusão e as lembranças de várias noites amargas, tudo em frações de segundos. Naquela noite, havia um Independência lotado de máscaras do pânico assustadas e que coçaram a cabeça na hora que foi marcado o pênalti para o Tijuana.
O silêncio mais barulhento do mundo tomou conta de toda alma atleticana. Riascos bateu na bola e Victor deu um “bicudo”, bicudoooooo mesmo no azar. Já disseram: é bicuda no dicionário. Não, no caso do Galo, foi bicudo e que o pai dos burros entenda.

Não foi sorte

Um erro porém de muitos desavisados é achar que aquilo foi obra do acaso. Não foi. Victor foi treinado por Carlão, no Paulista de Jundiaí. Inclusive, o formador de goleiros fez uma tese de pós-graduação sobre os perfis de cobradores de pênaltis balizado numa situação que ocorreu com Victor ainda na base do Galo de Japi. Inclusive, a capa do artigo tem um “goleiro” defendendo uma cobrança com os pés.
Carlão e o Magricela, como era conhecido o novo diretor de futebol do Atlético, em uma oportunidade, foram questionados pelos dirigentes. Achavam que Bagy tinha baixo índice de defesas nas penalidades. Carlão preferiu não debater e ensinou a Victor mais uma lição: “nada supera o trabalho, bora, menino!”
Antes de achar que foi uma “sorte”, de não lembrar das excepcionais temporadas de 2012 a 2014, de olvidar de 20 pênaltis que não entraram em 78 cobranças. E, muito antes de não lembrar de muita coisa, houve muita história para chegar lá, no dia 30 de maio, que sempre, depois de um silêncio enorme, o mundo se fez soluçar de justiça.

São Victor não é Victor Bagy

Mas, o mais importante de tudo, é que São Victor se tornou entidade intocável da mudança de rumo atleticana. Foi depois do “bicudo” que vieram as novas taças, a nova casa e o novo ar.
O atleticano nunca se esquecerá do que fazia ou onde estava no 30 de maio de 2013. Contudo, esse mesmo galista, jamais, poderá confundir São Victor, entidade intocável, com o simples homem Bagy, diretor atual, pecador mortal e temporal. São Victor é imortal, imaculado e eterno. O que podemos pedir é apenas que o Santo ilumine o homem Bagy e o direcione.
Viva o Libertador da Massa! Viva o dia de São Victor!

Galo, som, sol e sal é fundamental!

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